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Ministro italiano comemora prisão de mafioso da Camorra

Pasquale Scotti foi preso em ação conjunta entre PF e Interpol

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O ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, comemorou a prisão do mafioso da Camorra Pasquale Scotti no Brasil nesta terça-feira (26).

    "Um tiro extraordinário foi colocado em prática pelas nossas equipes da Itália, graças ao trabalho da polícia italiana e da preciosa cooperação com as forças de polícia brasileira. Com isso, foi preso um criminoso procurado por mais de 30 anos, Pasquale Scotti, chefe histórico da Nova Camorra Organizada e entre os mais procurados na lista de mais perigosos", declarou Alfano.

    Elogiando a parceria brasileira, o ministro afirmou que seu país irá buscar os criminosos "além das fronteiras, para construir uma rede de legalidade que una todos aqueles Estados que estão empenhados em extirpar qualquer possibilidade de infiltração criminosa". - Polícia Federal A Polícia Federal brasileira, apesar de não confirmar a identidade do mafioso, afirmou que a prisão efetuada hoje se trata de um "líder de máfia" que estava foragido desde 1986. Ele foi identificado através da "comparação de digitais" e, através do procedimento, foi revelado que ele utilizada uma identidade falsa - além de portar o CPF e o título de eleitor falsos. A prisão de Scotti foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal após pedido da Interpol e agora o processo de extradição deve ser iniciado pelas autoridades italianas.

    Segundo o portal de notícias "G1", Scotti tem dois filhos com uma brasileira e foi preso quando os levava pra a escola. Ele usava a identidade de Francisco de Castro Visconti, se dizia empresário e morava há 28 anos na zona oeste de Recife. Ainda de acordo com o site, ele afirmou que sua família em Pernambuco não sabia de sua real identidade.

    - O criminoso: Pasquale Scotti, 56 anos, era considerado o "braço-direito" do chefão do grupo napolitano, Raffaele Cutolo, e fugiu de um hospital de Caserta no dia 23 de dezembro de 1984.

    Ele era considerado um dos mais fiéis aliados do "boss" do grupo e fazia a "engenharia" dos crimes realizados pela máfia. Com uma longa ficha de acusações criminais, Scotti fundou o sub-grupo Nova Camorra Organizada após a prisão de Cutolo e de uma megaoperação da polícia de Nápoles.

    Apesar de ter fugido do hospital em 1984, o italiano só entrou na lista da Interpol de foragidos da Justiça italiana em 1990, quando foi condenado "por porte ilegal de arma de fogo, resistência, extorsão e mais de 20 homicídios cometidos entre 1980 e 1983". Até então, a busca se concentrava apenas no território italiano.

    Em 2005, a terceira seção da Corte de Assis condenou Scotti à prisão perpétua por uma série de assassinatos. (ANSA)