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Eleições espanholas impõem derrota ao governo Rajoy

PP perdeu poder absoluto em Barcelona, Madri e Zaragoza

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As eleições regionais e municipais na Espanha impuseram a maior derrota dos últimos 20 anos ao Partido Popular (PP), do primeiro-ministro Mariano Rajoy. Nelas, as novas siglas Podemos (antiausteridade e de esquerda radical) e o Ciudadanos (de centro) conseguiram grandes vitórias em quatro cidades: Barcelona, Madri, Zaragoza e Valencia. Pela primeira vez na história política local, os partidos PP e Psoe (Partido Socialista Espanhol) conquistaram apenas a metade dos eleitores. Há 40 anos, ambas as siglas se revezam no poder.

O líder do Podemos, Pablo Iglesias, afirmou na noite de ontem (24), após os primeiros resultados, que esse "é o início do fim do bipartidarismo" na Espanha. Mesmo sem ter os números finais, é certo que Ada Colau, do Podemos, deve se tornar a primeira mulher a ser prefeita de Barcelona - graças a uma aliança entre partidos de oposição. Já Madri, que é comandado pelo PP há 24 anos, a ex-juíza Manuela Carmena deve formar um governo com os socialistas.

A imprensa local destaca a guinada à esquerda nunca vista até então. A insatisfação dos eleitores com o PP se deve muito pelas políticas de austeridade da União Europeia e dos reflexos da crise econômica dos últimos anos - que elevam as dívidas e a falta de emprego para os espanhóis. Segundo cálculos do PP, a derrota fez com que a legenda perdesse - de uma vez só - o controle absoluto de 500 das 3,3 mil locais em que comandava. Para se manter no poder, agora, a sigla precisará apostar em coligações e negociações com opositores. Além da derrota nas regionais, o partido de Rajoy começa a se preocupar com as eleições gerais, marcadas para novembro, em que pode perder mais representatividade do que estava esperando.