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Após eleições na Espanha, Renzi diz que UE precisa mudar

Premier italiano reforçou coro por alterações no bloco econômico

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O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, comentou nesta segunda-feira (25) os resultados eleitorais da Espanha, em que o partido de seu homólogo, Mariano Rajoy, o Partido Popular (PP), sofreu a maior derrota dos últimos 20 anos.

"O vento da Grécia, o vento da Espanha, o vento da Polônia não sopram na mesma direção, sopram em direções opostas. Mas, todos eles dizem que a Europa precisa mudar e eu espero que a Itália possa levar adiante, com voz forte, as mudanças para a Europa nas próximas semanas e nos próximos meses", declarou Renzi aos microfones da "RTV38".

O político italiano, que vem cobrando mudanças como a redução da austeridade e medidas de impulso econômico para a União Europeia, destacou que tem conversado com líderes europeus sobre as alterações necessárias. Para Renzi, "o euro serve, mas é preciso mudar a política econômica para que ela tenha um pouco mais de humanidade". Lembrando as constantes tragédias no Mar Mediterrâneo - para as quais a Itália busca um maior apoio europeu - o premier destacou que conversou com a alemã Angela Merkel, o francês François Hollande e o inglês David Cameron para lembrar "que toda a Europa deve perceber o que está acontecendo no Mediterrâneo" e que isso "atinge, de alguma maneira, todos os cidadãos europeus".

As afirmações de Renzi ocorrem um dia após o partido de esquerda radical, Podemos, e os centristas do Ciudadanos, terem conquistado a maior quantidade de votos de sua história em Barcelona e, provavelmente, em Madri. Pela primeira vez na história, os votos no PP e no Partido Socialista Espanhol (Psoe) representam, juntos, apenas a metade do eleitorado. Por isso, os especialistas apontam que a Espanha está dando uma guinada à esquerda, algo inédito na política local.

Desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro na Itália, em fevereiro do ano passado, Renzi, que é do Partido Democrático (sigla de centro-esquerda), trabalha para diminuir a austeridade - defendida por Merkel - e aumentar os incentivos fiscais para o bloco econômico. Porém, ele não está buscando uma ruptura com o grupo, mas sim, alterar a visão econômica da entidade.