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Apesar de recurso, deputada ítalo-brasileira confia na extradição de Pizzolato

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"Estou confiante, assim como o ministro da Justiça da Itália Andrea Orlando está, de que a justiça fará seu caminho", afirmou nesta quarta-feira a deputada ítalo-brasileira Renata Bueno que, desde o início, acompanhou o processo de extradição do ex diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão. 

De fato - continua a deputada- a decisão de suspender a extradição tomada hoje pelo ministro do TAR (Tribunal Administrativo Regional) da região Lazio, tribunal ao qual foi apresentado recurso, faz parte do normal percurso processual de defesa do condenado. "As motivações pelas quais pede-se a extradição foram amplamente argumentadas tanto pela Suprema Corte, num sentido mais técnico, quanto pelo ministro Orlando com sua decisão política", salienta Renata Bueno.

Para a deputada, agora é esperar até o dia 3 de junho, quando ocorrerá a audição. "Mas a previsão é de que a conclusão seja a mesma que foi anteriormente estabelecida, ou seja, a extradição de Pizzolato da Itália", concluiu a parlamentar.

Parlamentar acompanhou todo o caso

Eleita na América do Sul para representar a comunidade italiana da região no Parlamento da Itália, Renata Bueno acompanhou desde o princípio o desenrolar do caso Pizzolato. Logo após sua fuga, em novembro de 2013, e as primeiras notícias de que ele poderia estar escondido no país, ela procurou as autoridades policiais italianas e a Interpol para pedir empenho nas buscas ao condenado no processo do mensalão. 

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil acabou sendo preso no dia 05 de fevereiro de 2014 da cidade de Maranello (a 322 km de Roma), no norte da Itália.A partir daí, a parlamentar começou a acompanhar todo o processo de julgamento e de extradição de Pizzolato. "Acompanhamos a prisão, a primeira decisão da Corte de Bolonha e o recurso na Corte de Justiça, que validou a extradição plena, inclusive determinado a prisão imediata dele. Durante todo esse processo, tivemos em contato com os magistrados mostrando a importância política desse caso para o Brasil. Relatamos que se tratava de um escândalo de corrupção muito grande, num processo de durou vários anos, e que resultou na condenação em último grau de vários réus, sendo que só Pizzolato, que fugiu para a Itália, estava solto", explicou Renata Bueno.

Depois dessa etapa, a parlamentar atuou junto ao governo da Itália e manteve diversos contatos com o ministro da Justiça, Andrea Orlando, que deu a palavra final para a extradição e colocou Pizzolato a disposição da Justiça brasileira. Agora, resta um último recurso, de ordem administrativa, e, superada essa etapa, o ex-diretor do Banco do Brasil poderá ser finalmente extraditado.