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Colisão provocou naufrágio de imigrantes, diz Promotoria

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Uma colisão e uma superlotação fizeram com que o navio com cerca de 850 imigrantes naufragasse no último fim de semana no Canal da Sicília, no Mar Mediterrâneo, de acordo com as conclusões da Promotoria de Catania, na Itália, apresentadas nesta terça-feira (21). 

Segundo a Promotoria, a embarcação estava tão lotada que, quando os passageiros se movimentaram para um dos lados do navio, o barco perdeu o equilíbrio. Além disso, um dos traficantes responsáveis pelo trajeto e pela direção do barco fez uma manobra brusca, colidindo com o navio mercante "King Jacobs", que estava na região para prestar socorro. 

O traficante que estava pilotando o barco é de nacionalidade tunisiana, tem 27 anos e foi identificado como Mohameed Ali Malek. Ele foi preso ontem (20) junto com um sírio de 25 anos, Mahmud Kikhit, pelas autoridades italianas. A Promotoria de Catania também informou que, até o momento, não foi possível fazer um balanço do número de mortos porque os sobreviventes falam de 400 a 950 pessoas a bordo. No entanto, documentos conseguidos pelo "King Jacobs" estimam 850 imigrantes como passageiros no momento do acidente, que está sendo considerado o pior da história do Mediterrâneo desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. 

Os corpos resgatados foram enviados à Malta para o funeral. A presidente do país, Marie Louise Coleiro, prestou uma homenagem hoje às vítimas.    

O acidente causou comoção em toda a Europa. O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, afirmou que não se trata apenas de um naufrágio, mas sim, de "uma crise humanitária". Já o presidente da Itália, Sergio Mattarella, disse que o acidente é "uma ferida lacerante". Logo após o acidente, líderes europeus enviaram condolências à Itália e prometeram ajudar o país a lidar com o problema da imigração. 

"Ontem, pela primeira vez, a Europa interira mostrou atenção e solidariedade", comentou Renzi. Diariamente, centenas de embarcações tentam chegar ao continente europeu via Mar Mediterrâneo. Muitas delas tentam parar na ilha de Lampedusa, no sul da Itália, que é palco de dezenas de naufrágios. De acordo com um relatório da Organização Internacional para Migrações (OIM), mais de 1.750 pessoas morreram desde o início do ano em travessias no Mediterrâneo. O número é 30 vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado (56 mortos até 21 de abril).