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'Clarín': Cristina liga Nisman aos fundos abutre

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Em um desordenado texto publicado neste domingo em seu site e que abre com seu já clássico "tudo tem a ver com tudo", Cristina Kirchner relaciona o promotor Alberto Nisman aos fundos abutres. Ela o acusa de promover uma ajuda por parte de Paul Singer que é o líder do fundo que ganhou da Argentina nos tribunais de Nova York. Essa ajuda estava destinada, segundo Cristina, a frear o acordo entre a Argentina e Irã. É o que diz um artigo do jornal argentino Clarín, publicado neste domingo (19/04).

O falecido promotor denunciou a presidente por encobrimento de responsabilidades no caso AMIA e pelo acordo com o Irã.  Segundo o texto de Cristina, Nisman teria se reunido em um bar de Puerto Madero onde havia dito que "se for necessário, Paul Singer irá nos ajudar". Uma informação que ela não esclarece onde obteve.

A presidente também faz uma menção de uma suposta doação de US$ 3,6 milhões entre 2008 e 2014 por parte de Paul Singer a uma fundação para a Defesa da Democracia liderada por Mark Duwobizt, amigo pessoal de Nisman. "Tudo tem a ver com a geopolítica e o poder internacional", escreveu a mandatária.

Cristina Kirchner se baseou em uma nota do jornal Página/12 onde são vinculados aos "holdouts" Paul Singer e Mark Dubowitz de forma pessoal com o falecido promotor. Também mencionou as organizações da coletividade, DAIA e AMIA com essas negociações. "Decidiram incorporar o memorando como um ariete mais para condicionar a Argentina a negociar de forma mais vulnerável diante dos fundos especulativos. Além disso, resolveu contactar dirigentes e políticos argentinos para solicitar que sejam expedidos criticamente sobre o Tratado, oferecendo todo tipo de colaboração para defenestrar o governo argentino", cita Cristina Kirchner. E relacionou o memorando da Argentina com o Irã com o acordo nuclear entre Estados Unidos e esse país; onde o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu quis interceder. "Qualquer semelhança não é mera coincidência e muito menos casualidade", escreveu Cristina.

"Estamos diante de um modus operandi de caráter global, que não só prejudica severamente as soberanias nacionais interferindo e coagindo o funcionamento dos diferentes poderes dos Estados, mas que além disso gera operações políticas internacionais de qualquer tipo, forma e cor", concluiu.