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Comovidos, tunisianos protestam contra atentado

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Centenas de tunisianos pretendem protestar nesta quinta-feira (19) contra o atentado ocorrido ontem no museu do Bardo, na capital do país, Túnis. O ataque provocou a morte de ao menos 20 pessoas, a maioria turistas estrangeiros. O país, que foi o precursor da Privamera Árabe, está em choque com o tiroteiro, conduzido pelos tunisianos Hatem Khachnaoui e Yassine Laâbidi, mortos pela polícia. De acordo com as autoridades locais, um dos atirados já tinha sido investigado pelos serviços de inteligência do país. 

O site de notícias "Business News" publicou hoje as primeiras fotos dos atiradores, que vestiam jeans e tênis no momento do ataque. O atentado é considerado o pior nos últimos 13 anos da história da Tunísia e gerou comoção mundial, já que ao menos 17 turistas estão entre as vítimas, que possuem nacionalidade polonesa, alemã, italiana, espanhola e japonesa, entre outras. O número de mortos pode aumentar, pois o balanço ainda é incerto, com pessoas desaparecidas e internadas em hospitais.

A imprensa local afirma que mais de 200 visitantes estavam no museu quando os atiradores entraram. O ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, confirmou a morte de dois cidadãos italianos e ressaltou que outros dois estão feridos e dois, desaparecidos. Por sua vez, a imprensa brasileira cogitou a morte de um cidadão do país, mas o Itamaraty disse que "não há confirmação" sobre a presença de brasileiros entre as vítimas. Parte dos turistas assassinados era passageiro de navios de cruzeiro que estavam atracadados em Túnis. De acordo com o MSC Splendida, nove passageiros estão entre os mortos. Outros 12 estão feridos e seis continuam desaparecidos. Já o navio Costa Fascinosa, da Costa Cruzeiros, deu falta de 13 passageiros, entre possíveis mortos e desaparecidos. Até o momento, nenhuma organização terrorista reivindicou o ataque, que, no entanto, foi celebrado nas redes sociais por grupos extremistas como o Estado Islâmico (EI, ex-Isis). Ontem, logo após o atentado, o primeiro-ministro da Tunísia, Habib Essid, afirmou que "essa será uma longa guerra".    

"Precisamos nos mobilizar em todos os níveis, todos juntos, todas as vertentes políticas e sociais para lutar contra o terrorismo. Precisaremos de união porque nosso país está em perigo", destacou. Ataques contra turistas tem sido um novo fenômeno de terrorismo na Tunísia, que luta por uma estabilidade política desde a deposição do ditador Ben Ali, em 2011. No mês passado, a Tunísia prendeu mais de 30 suspeitos de se aliarem a movimentos extremistas islâmicos na Síria.