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Deputados argentinos aprovam reforma dos serviços secretos

Lei criou a Agência Federal de Inteligência (AFI)

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Após diversas horas de debate, a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou nesta madrugada o projeto de lei que cria a Agência Federal de Inteligência (AFI), substituindo a Secretaria de Inteligência (ex-Side) , com 131 votos a favor e 71 contra.    

A mudança foi impulsionada pela morte do promotor Alberto Nisman, que investigava uma suposta ligação entre o governo argentino e os responsáveis pelo atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em 1994.    

Segundo a presidente Cristina Kirchner, os serviços secretos do país atuaram com "impunidade" no caso e a morte "revelou que os serviços de inteligência manejam juízes e promotores". Ela ainda garantiu que a reforma tenta "transparecer" o funcionamento da Justiça argentina, medida que era esperada desde o fim da ditadura militar.    

Um dos pontos mais polêmicos da mudança, no entanto, é a norma que outorga à Procuradoria Geral da Nação, uma posição que costuma ser leal ao governo, o direito de controlar escutas telefônicas.    

Além disso, oposição acusa Cristina de estar desviando atenção do caso Nisman com as mudanças. Nisman - O promotor foi encontrado morto em 18 de janeiro, uma semana após acusar a presidente e membros do seu governo de ter acobertado iranianos suspeitos de planejar o atentado contra a Amia, que deixou 85 mortos e 300 feridos, em 1994.