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Italiano infectado pelo ebola diz não se achar um herói

Médico fez primeira declaração após ter adoecido em novembro

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O médico italiano da ONG Emergency que contraiu o vírus ebola disse, em uma mensagem compartilhada pelo grupo, que não acredita ser um herói, mas "apenas um soldado ferido na luta contra um inimigo implacável".

    Na primeira vez que ele relatou sua experiência, o médico disse que "o Ebola é um monstro terrível e temível, mas estou convencido de que a derrota deste monstro depende, em grande medida, da iniciativa que luta contra ele".

    O homem de 50 anos, identificado apenas como Fabrizio, trabalhava em um centro de combate à febre hemorrágica situado na cidade de Lakka, na Serra Leoa, quando foi contaminado no final do mês de novembro. Ele foi levado a Roma, na Itália, onde recebeu o tratamento experimental que possibilitou sua cura.

    "A última coisa que me lembro de Serra Leoa é a viagem para o aeroporto. Então a chegada à Itália dentro de um recipiente hermético e o transporte ao hospital. Lembro-me dos primeiros dois ou três dias passados em isolamento, das drogas experimentais que eu comecei a usar, do extremo mal-estar, náusea, vômito e inquietação. Pensei nos pacientes que tinha ajudado a curar, eu estava tentando as mesmas coisas que eles tinham tentado e quis entender mais do que estava acontecendo, tentei manter a mente clara", apontou em nota divulgada nas redes sociais.

    Fabrizio é o primeiro cidadão italiano atingido pela epidemia de ebola, que já matou mais de 7,5 mil pessoas, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS). (ANSA)