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Rei da Espanha defende ‘cortar a corrupção pela raiz, sem cerimônias’

Em mensagem natalina, Felipe VI  afirmou que luta contra desemprego é prioridade e defendeu unidade

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O rei Felipe VI fez na quarta-feira (24/12) seu primeiro pronunciamento de Natal depois da abdicação de Juan Carlos I em junho passado. Na mensagem natalina, ele citou a corrupção, o desprestígio das instituições, a precariedade econômica, a garantia do Estado de Bem-Estar, os “inaceitáveis” índices de desemprego e a preocupação pela Catalunha. 

O monarca não defendeu a reforma da Constituição de 1978, mas tampouco a imobilidade. Felipe VI falou em continuar “construindo juntos um projeto” que respeite a pluralidade e “dê esperança”.

Sem citar sua irmã, a infanta Cristina, e seu cunhado, Iñaki Urdangarin, que enfrentam processos legais, Felipe VI falou em “cortar a corrupção pela raiz e sem cerimônias”. O Rei não modificou seu discurso depois de saber que a infanta será julgada por delitos fiscais.

 “Necessitamos de uma profunda regeneração de nossa vida coletiva. E nessa tarefa, a luta contra a corrupção é um objetivo essencial”, disse ele, com um estilo mais direto que seu predecessor Juan Carlos I, em sua sala no Palácio da Zarzuela. 

“É verdade que os responsáveis por condutas irregulares estão respondendo por elas; isso é uma grande prova do funcionamento do nosso Estado de direito”, afirmou o Rei, ciente de que o Parlamento começou a tramitação de um pacote de medidas contra a corrupção.

O Rei adotou um discurso de conciliação: “Uma grande maioria de servidores públicos desempenha tarefas com honradez e vontade de servir os interesses gerais”. Um terço do seu discurso foi dedicado à corrupção porque “é necessário evitar que essas condutas irregulares criem raízes em nossa sociedade e possam ser reproduzidas no futuro”.

Da crítica à corrupção passou para a economia, “que continua sendo um motivo de grave preocupação para todos”. Em primeiro lugar, o desemprego. “Os índices de desemprego ainda são inaceitáveis e frustram as expectativas de nossos jovens e de muitos outros homens e mulheres que estão desempregados há muito tempo. 

O monarca reconheceu que a economia “não tem sido capaz, ainda, de resolver de maneira definitiva o desequilíbrio fundamental”, em referência à incapacidade de criar emprego.

A luta contra o desemprego “é a grande prioridade”, destacou, fazendo um chamado à união. “O sacrifício e o esforço dos cidadãos durante a crise econômica exigem que os agentes políticos, econômicos e sociais trabalhem unidos permanentemente nessa direção, priorizando apenas o interesse da cidadania.” A economia “deve estar a serviço das pessoas”. O sacrifício dos cidadãos durante a crise econômica “exige que os agentes políticos, sociais e econômicos trabalhem juntos”.

O monarca disse ainda que abordaria “a situação vivida atualmente pela Catalunha”, citando a Constituição de 1978. A esta atribuiu a proclamação da “unidade histórica e política” da Espanha e ao direito de todos de se sentirem respeitados em sua própria personalidade, “em sua cultura, tradições, línguas e instituições.” O Rei defendeu “continuar construindo todos juntos um projeto que respeite a pluralidade e crie esperanças no futuro”. Ele se despediu nos quatro idiomas oficiais do Estado: castelhano, catalão, basco e galego.

Com informações do jornal El País.