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Papa convida Kirchner e Bachelet para visita à Santa Sé

Encontro é para celebrar 30 anos do tratado que pôs fim ao conflito no Canal de Beagle

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O papa Francisco convidou as presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Chile, Michele Bachelet, para celebrar no Vaticano os 30 anos da assinatura do tratado que pôs fim ao conflito no Canal de Beagle. Segundo o site argentino Minuto Uno, o Pontífice aproveitou a reunião que teve no último sábado (20) com o embaixador argentino na Santa Sé, Eduardo Valdés, para manifestar seu desejo de juntar Kirchner e Bachelet no mês de janeiro. 

Para a data, Jorge Bergoglio quer celebrar uma missa com as presidentes na Basílica de São Pedro. Ainda de acordo com o portal, a Embaixada argentina no Vaticano já está com a logística da viagem de Kirchner em estado avançado. Esse seria o quinto encontro entre eles durante o Pontificado de Francisco. Já do lado chileno, não há uma confirmação oficial sobre o convite, mas segundo o Minuto Uno, é muito provável que o pedido seja atendido.    

O acordo entre os dois países sul-americanos teve a mediação do papa João Paulo II e foi liderado pelo cardeal Antonio Samoré. Iniciada em 1888, a guerra pelo Canal de Beagle teve os maiores atritos em 1978, quando as Forças Armadas da Argentina quiseram ocupar as três ilhas que estavam em disputa. O cerne do conflito se referia às ilhas do canal de mesmo nome e ao espaço marítimo adjacente, que era uma passagem estratégica entre os Oceanos Pacífico e Atlântico. 

Por causa da ameaça de invasão, João Paulo II interveio na questão. Em 1977, João Paulo nomeou o cardeal Samoré para interceder na situação e, com a presença dele, o risco de um confronto armado cessou. Mesmo com a morte do cardeal em 1983, o tratado foi assinado em 29 de novembro de 1984 e ratificado no Vaticano em maio de 1985. 

Em uma audiência geral, no dia 12 de novembro, Bergoglio lembrou do tratado e afirmou que "ele se fez graças à vontade de dialogar: só quando há diálogo, só quando há essa vontade, se pode resolver as disputas".    

Recentemente, o próprio Francisco deu um grande passo na questão diplomática e foi um dos mediadores mais importantes da reaproximação entre Estados Unidos e Cuba.