ASSINE
search button

Presidente italiano confirma que está deixando cargo

Napolitano deu a entender que sairá do governo no fim deste ano

Compartilhar

O presidente italiano, Giorgio Napolitano, fez um discurso para o corpo diplomático do país nesta quinta-feira (14) e deu a entender que está deixando mesmo o governo da Itália.

    "Próximo ao fim deste ano de 2014 e a iminente conclusão do meu mandato presidencial, inevitavelmente, começam a se desenvolver algumas considerações sobre o complexo e perturbado período que estamos atravessando na Itália, na Europa e no mundo", declarou o mandatário.

    Ele voltou a elogiar seu primeiro-ministro, Matteo Renzi, e as reformas implantadas por ele nestes 10 meses de governo. Segundo ele, o esforço de Renzi é "uma obra difícil e não é privada de incógnitas". Mas, sobretudo, não havia "outras alternativas para quem, como nós, acredita no futuro do país".

    Napolitano disse que todas essas medidas são "um esforço corajoso para eliminar alguns nós e corrigir males antigos que frearam o desenvolvimento do país e abalou a estrutura da sociedade italiana e de seu sistema político".

    Sobre a União Europeia, o presidente disse que "é inegável que a Comissão guiada pelo presidente [Jean-Claude] Juncker tem um perfil notadamente supranacional e se coloca objetivos ambiciosos para responder aos desafios comuns com uma "chave" mais política do que aquela que a precedeu". Recentemente, Juncker anunciou um plano de investimentos de 315 milhões de euros para o bloco econômico, algo que exigiu de Renzi uma intensa movimentação política para conseguir apoio ao projeto.

    O mandatário também afirmou que a imigração é uma "verdadeira emergência" e que é preciso que o bloco econômico enfrente o problema. Já sobre a abertura das conversas entre Estados Unidos e Cuba, Napolitano classificou o momento de "uma reviravolta histórica" devido à "intercessão iluminada da Santa Sé". Aos 89 anos, o presidente está no cargo desde 2006 e está em seu segundo mandato como presidente. Sua reeleição ocorreu após um pedido do Parlamento, que em 2013 não conseguia chegar a um acordo para escolher seu sucessor.

    Por isso, Renzi afirmou nesta quinta que acredita que a Itália não terá "nenhum problema" em eleger o novo presidente da República. "Acredito que o Parlamento tenha se inspirado nas eleições de abril de 2013 e conseguirá fazer aquilo que deve para trazer tempos estáveis", destacou o premier.