ASSINE
search button

'O antissemitismo é pecado', afirma papa 

"É preciso reconhecer sempre que o cristianismo nasceu do judaísmo", disse Bergoglio

Compartilhar

O papa Francisco deu uma entrevista ao jornal israelense Yediot Ahronot e disse que o ódio aos judeus "é pecado". "Ninguém pode ser um verdadeiro cristão se não reconhecer as suas tradições judaicas. É preciso reconhecer sempre que o cristianismo nasceu do judaísmo", disse o Pontífice ao jornalista Enrique Zimmerman.    

O líder da Igreja Católica ainda condenou "todo tipo de violência em nome do Senhor". A afirmação foi feita após o jornalista questionar Jorge Bergoglio sobre o ataque de islâmicos à sinagoga de Jerusalém, na última semana. "Do fundo do meu coração, eu me dirijo às partes envolvidas fazendo um apelo para que coloquem fim ao ódio e à violência", ressaltou Bergoglio.    

Ele ainda foi questionado sobre a atuação de grupos extremistas, como o Estado Islâmico, no Oriente Médio. Segundo ele, no Iraque "são cometidos atos bárbaros, criminosos, inimagináveis".    

"A perseguição contra os cristãos é hoje mais grave do que nos primeiros tempos da Igreja. O grito dos cristãos, dos yazidis e de outras comunidades étnicas impõe a adoção de uma posição clara e corajosa seja da parte dos líderes religiosos, em particular dos muçulmanos, ou dos líderes políticos", pediu o sucessor de Bento XVI.    

Francisco vem condenando há meses a atuação dos extremistas islâmicos contra as minorias étnicas e religiosas. Nesta semana, quando foi visitar o Parlamento Europeu em Estrasburgo, o Pontífice destacou que os "fundamentalistas são inimigos de Deus" e que é a "falta de Deus e não sua adoração" que causam as guerras. Porém, ele já se mostrou disponível para dialogar com o EI, apesar de achar isso muito difícil. 

"Nunca dou algo por perdido. Não sei se é possível falar com o Estado Islâmico, mas nunca fecho a porta. Minha porta está sempre aberta", disse o Papa.