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Papa diz que 'fundamentalistas são inimigos de Deus'

Segundo ele, radicais têm "desprezo pela vida humana"

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O papa Francisco discursou também no Conselho da União Europeia nesta terça-feira (25) e condenou o uso da fé por grupos extremistas, dizendo que eles são "inimigos de Deus".

Segundo o líder da Igreja Católica, o "terrorismo religioso e internacional" que "nutre um profundo desprezo pela vida humana e mata de modo indiscriminado vítimas inocentes, infelizmente é financiado por um tráfico de armas que, muitas vezes, não é incomodado" pelas autoridades.

Ele destacou que o "apoio que o cristianismo pode dar ao desenvolvimento cultural e social europeu" é mostrar a "correta relação entre religião e sociedade".

"Na visão cristã, religião e fé, religião e sociedade, são chamadas a se iluminar reciprocamente e, se necessário, purificando-se de extremismos ideológicos nos quais eles possam cair", falou. Ele ainda pediu que a UE ouça as contribuições da Igreja na luta pela vida.

Jorge Bergoglio destacou que "infelizmente, a paz está muito ferida em muitas partes do mundo, onde irrompem conflitos de vários tipos". Ele ainda disse que também a Europa sofre com a violência porque as "tensões não cessam".

Ao focar na situação europeia, o Pontífice ressaltou que o continente está ferido "por tantas provas no passado, mas também pela crise do presente" e que parece que ele "não tem mais a capacidade de encarar o desafio com vitalidade e a energia" que tinha há algum tempo.

Ao comentar sobre a imigração, assim como fez mais cedo no Parlamento Europeu, Francisco pediu que o continente "acolha os imigrantes que precisam de tudo que é essencial para viver e reconheçam a dignidade dessas pessoas".

Bergoglio voltou a falar também sobre a questão do trabalho, dizendo que o continente enfrenta um "grave problema" com o desemprego entre os jovens, classificando a situação como uma "hipoteca" para o futuro.

"Desejo vivamente que se instaure uma nova colaboração social e econômica, livre de condições ideológicas, que saiba enfrentar o mundo globalizado, mantendo vivo aquele senso de solidariedade e caridade recíproca que tanto a Europa ensinou. A obra generosa de centenas de homens e mulheres, alguns dos quais a Igreja Católica considera santos, que através dos séculos se empenharam para desenvolver o continente - tanto através da atividade empreendedora como em obras educativas, assistenciais e de promoção humana", disse o papa.