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‘El País’: Queda do petróleo afeta crescimento do México

Governo rebaixa pela segunda vez suas previsões para 2014 e espera um avanço entre 2,1% e 2,6%.

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O jornal espanhol El País publicou neste sábado (22/11) uma matéria sobre o momento que vive a economia do México.  “O governo mexicano voltou a rebaixar as previsões de crescimento econômico do país, que avança, mas a um ritmo lento. As expectativas oficiais declinaram pela segunda vez no ano, em grande parte devido à queda da produção de petróleo, que continua descendo ladeira abaixo à espera dos efeitos da reforma energética. Os prognósticos da Secretaria de Fazenda para o fechamento de 2014 passam de 2,7% a um patamar de 2,1% até 2,6%, uma nova apresentação das previsões com a que o governo pretende se proteger diante dos últimos informes de órgãos internacionais”, escreve o jornalista David Marcial Pérez.

O FMI baixou recentemente a previsão para o México em até 2,4% e o próprio Banco do México (Banxico) revisou esta mesma semana suas expectativas para deixá-las em uma faixa entre 2% e 2,5%. O principal argumento de ambas as instituições é que a constante diminuição na produção de petróleo, da qual dependem 30% das receitas do Estado, está impedindo a decolagem da economia mexicana depois do baque de 2013. “Este não é o crescimento que podemos alcançar. Mas em todo caso o problema do petróleo não é uma questão de preços, que já estão cobertos, e sim de produção”, afirmou o subsecretario de Fazenda, Fernando Aportela Rodríguez, durante a apresentação das previsões.

“O barril de petróleo sofreu uma vertiginosa queda nos últimos quatro meses atingindo mínimos de 2010. A resposta do México, terceiro produtor das Américas, foi a recente compra de um lote de escudos de proteção, os chamados seguros de cobertura, onde o governo gastou 773 milhões de dólares. O problema mais urgente é, no entanto, o precário balanço da extração e produção de petróleo bruto mexicano, que diminuiu 3,7% em taxa anual no terceiro trimestre. A liberalização do setor energético, até agora monopolizado pela estatal Pemex, é o grande triunfo econômico do governo. Mas seus efeitos, via investimentos e aumento da produtividade, não são esperados até ao menos o ano que vem, quando são previstas cotas de crescimento acima de 3%”, diz a matéria do El País.

“O resto do setor industrial deu amostras de recuperação segundo os dados trimestrais apresentados. A construção, com um avanço de 4%, recuperou certo tono depois do estancamento no início do ano graças aos fortes investimentos públicos em infraestruturas que o governo está utilizando como alavanca. As manufaturas, por sua vez, se beneficiaram da revitalização das exportações provenientes dos EUA – destinou 80% do total– e aumentaram 3,2%. Outro dos grandes desafios pendentes segue sendo o consumo interno, afetado pelo aumento de impostos indiretos no início do ano e o entupimento endêmico do crédito”, conclui o artigo.