O último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, afirmou que não se encontra com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, há um ano e meio, provavelmente porque ele o culpa pela queda da URSS.
"Eu o encontrei por ocasião da festa de 12 de junho [Dia da Rússia], mas não queriam que eu me aproximasse. Com muito esforço eu consegui lhe estender a mão. Talvez ele pense mal de mim, talvez me censure pela queda da União Soviética, mas não fui eu que a derrubei", declarou Gorbachev durante o lançamento do seu último livro, "Após o Kremlin".
O atual presidente russo já chegou a definir o fim da URSS como a pior catástrofe geopolítica do século 20. Por outro lado, o ex-líder soviético elogiou Putin por ter estabilizado o país após a presidência de Boris Yeltsin e até pela anexação da Crimeia, península no Mar Negro que pertencia à Ucrânia.
No entanto, ele alertou que o mandatário tem uma "excessiva segurança em si mesmo" e usa métodos autoritários. "Um Estado forte não persegue as pessoas que vão às ruas exprimir a própria opinião, não infiltra provocadores em manifestações. Esse é um sinal de fraqueza e impotência", completou. (ANSA)