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Advogado de mafioso interrogará presidente da Itália

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O advogado do ex-chefe da Cosa Nostra Salvatore "Totò" Riina, preso desde 1993, poderá interrogar o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, durante seu depoimento no processo sobre as relações entre Estado e máfia, marcado para 28 de outubro. A decisão foi tomada pela Corte de Apelação de Palermo, que autorizou a defesa do criminoso a perguntar ao mandatário sobre fatos ocorridos entre 1993 e 1994. 

Inicialmente, Napolitano falaria apenas sobre uma carta recebida de seu ex-conselheiro jurídico, Loris D'Ambrosio, morto em julho de 2012.    

Na correspondência, D'Ambrosio exprimia o "temor" de ser considerado um "ingênuo e útil escriba para servir de escudo para acordos indizíveis no período entre 1989 e 1993". Porém, na época em que o documento foi escrito, também foram interceptadas ligações entre o ex-conselheiro e Nicola Mancino, ministro do Interior italiano entre 1992 e 1994, período em que ocorreram vários atentados mafiosos no país.    

A Justiça de Palermo investiga se, após diversos ataques à bomba, o Estado fez um acordo para a Cosa Nostra parar com o terrorismo, oferecendo em troca o relaxamento das penas de criminosos presos.    

Com a decisão da Corte de Apelação, o advogado do ex-boss Totò Riina poderá perguntar ao presidente sobre um alarme de atentado que ele teria recebido em 1993. Na época, Napolitano comandava a Câmara dos Deputados.