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Jornalista italiano cita PF do Brasil em caso de extorsão a Berlusconi

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Ex-diretor do jornal italiano "Avanti", Valter Lavitola afirmou nesta quinta-feira (23) que foi obrigado por agentes da Polícia Federal brasileira e do serviço de inteligência a escrever uma carta com chantagens ao ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

A declaração de Lavitola faz parte de um depoimento à Justiça de Nápoles, que o investiga por crimes de corrupção internacional, especificamente sobre contratos assinados no Panamá. A Procuradoria pediu uma pena de 11 meses de prisão. Lavitola também foi condenado no ano passado por tentativa de extorsão a Berlusconi.

Respondendo ao promotor Vicenzo Piscitelli, o ex-diretor do jornal italiano negou que tenha escrito a carta de chantagem a Berlusconi. Ele disse que, quando estava no Brasil, como fugitivo das investigações conduzidas pela Justiça itala, teve sua casa invadida por membros da Polícia Federal e do serviço de inteligência do Brasil.

"Eles chegaram em quatro carros que estacionaram perto da minha casa. Quatro agentes entraram", relatou. De acordo com Lavitola, os agentes o forçaram a escrever uma carta com ameaças a Berlusconi e ao então presidente do Panamá, Roberto Martinelli. Ele também disse ter sido ameaçado pelos agentes, que trabalhavam para um grupo chamado "Black Water".

A versão de Lavitola, porém, foi considerada "fantasiosa" pela Justiça italiana.

O jornalista começou a ser investigado em 2011 devido a uma tentativa de extorsão contra Berlusconi, pelas festas que o ex-premier realizava em sua mansão com a suposta presença de prostitutas menores de idade. Foragido da Itália, ele retornou ao seu país em abril de 2012, quando foi detido. Em março de 2013, Lavitola foi condenado a dois anos e oito meses de prisão pela chantagem.

Em seguida, ele começou a ser investigado por crimes de corrupção internacional envolvendo políticos panamenhos para a assinatura de contratos no país. Para ganhar concessões, Lavitola teria pago somas milionárias ao então presidente panamenho, Ricardo Martinelli.