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Carta da UE gera bate-boca entre Barroso e Renzi

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O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, criticou nesta quinta-feira (23) a divulgação de uma carta do poder executivo da União Europeia (UE) pedindo explicações à Itália sobre sua Lei de Estabilidade para 2015.    

O documento foi enviado pelo vice-presidente da Comissão para Assuntos Econômicos, Jyrki Katainen, ao ministro das Finanças de Roma, Pier Carlo Padoan. "A publicação da carta foi uma decisão unilateral do governo italiano, a Comissão não era favorável porque estamos em uma fase de negociações e consultas com diversos governos, portanto é melhor ter um ambiente confidencial", disse o português.    

Segundo Barroso, a correspondência foi redigida porque é uma obrigação legal do órgão esclarecer com as nações dúvidas relativas ao cumprimento das regras europeias. A Lei de Estabilidade é um dos textos que regula a vida econômica da Itália ao longo do ano. Nela, o país explica como fará para respeitar as normas estabelecidas pela UE, como manter o déficit orçamentário e a dívida pública em até 3% e 60% do Produto Interno Bruto (PIB), respectivamente.    

Na carta, Katainen pergunta como o governo italiano assegurará o pleno compromisso com essas obrigações, algo que teria ficado pouco claro. "É nocivo e desonesto apresentar certas posições como pessoais. Estamos fazendo um trabalho sério e com responsabilidade", garantiu o presidente da Comissão Europeia, negando que esteja contra as medidas de incentivo ao crescimento desejadas pela Itália.

 

Outro lado

A resposta do primeiro-ministro Matteo Renzi a Barroso não demorou a chegar. De acordo com o premier, acabou-se o tempo das cartas secretas e chegou o momento da transparência e da clareza. "Estou estupefato que Barroso tenha se surpreendido com a publicação da carta, que já tinha sido antecipada por um importante jornal internacional, o 'Financial Times'", afirmou.    Além disso, Renzi declarou que seu governo vai começar a publicar todos os dados econômicos sobre o que se gasta nos "palácios" da UE. "Será muito divertido. Com a Itália, a abertura de dados será total", acrescentou.