ASSINE
search button

Governo de Hong Kong faz primeira negociação com manifestantes

Compartilhar

Após três semanas de protestos estudantis pró-democracia, o governo de Hong Kong e os manifestantes iniciaram nesta terça-feira (21) negociações sobre o rumo da política local.

Milhares de pessoas acompanharam as negociações, que foram transmitidas pela televisão e por telões espalhados pelos manifestantes.Após uma tentativa frustada no dia 10 de outubro, este é o primeiro encontro formal e presencial entre as partes.

Carrie Lam, a secretária-chefe da região administrativa de Hong Kong, que pertence à China, reconheceu a legitimidade das manifestações, mas destacou que os protestos devem ocorrer dentro dos limites das leis.

Por sua vez, Alex Chow, da federação de estudantes locais, disse que "muitas pessoas esperavam que essa negociação ocorresse há tempos, pois sentem que a sociedade está em crise e que devem ir às ruas para combater".

Já o chefe de governo local, Leung Chun-ying, afirmou, em uma entrevista publicada hoje pela imprensa internacional, que "não é possível" ter democracia em Hong Kong, porque uma abertura política levaria "os pobres aos postos de comando".

Os protestos em Hong Kong, que têm sido chamados de "Revolução dos Guarda-Chuvas" e de "Primavera Asiática", começaram no fim de setembro de 2014, após o governo voltar atrás em uma promessa sobre reforma eleitoral.

O governo chinês emitiu no mês passado uma resolução que limita as candidaturas às eleições de 2017, ao contrário do que havia sido combinado anteriormente. Estava previsto que, nas próximas eleições, os moradores de Hong Kong poderiam escolher seus próprios governantes. Mas, agora, Pequim disse que manterá o processo pelo qual um comitê aprova três candidatos oficiais.

Em vários momentos, houve tensão entre os manifestantes e policiais, que usaram gás lacrimogêneo para conter os protestos. Os estudantes também exigem a renúncia do líder do governo, Leung Chun-ying, que reluta em atender às demandas.