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El País: quem são os jornalistas?

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O jornal El País publicou um artigo onde se pergunta quem são os jornalistas e qual o papel dele hoje. O articulista Miguel Angel Bastenier diz que o jornalista está próximo de várias áreas, inclusive da política. O que ele não pode, é achar que é um dos políticos. O artigo diz que o jornalista é a soma de todas as coisas que não é, o que explica que em muitos países um diploma universitário não é necessário.

“O jornalista não é, estritamente falando, escritor ou romancista, embora o seu trabalho seja susceptível de se aventurar no campo literário; não é um sociólogo, mas sem dúvida há intuído ou elementos que vêm da sociologia em sua produção; demais dizer que é um historiador, mas os arquivos de jornais estão constantemente visitado por historiadores; ele não é um político, mas o grande censor dos assuntos públicos”.

O jornalista levanta essas questões para criticar algumas situações relacionadas à profissão. Algo que começou na America Latina, ele diz, e começa a aparecer na Espanha é o conceito de comunicador social, que ele diz “não entender. Ele diz ainda que na Espanha tem um emprego chamado de “jornalista institucional”, que cuida da comunicação da empresa.

Justamente aí a denominação mais genérica de comunicador social poderia ajudá-lo a entender: o comunicador social pode ser chefe da comunicação de uma empresa ou assessor de imprensa, ou ainda jornalista da comunicação interna de uma empresa. Ele define aí que o que entendemos como assessor de imprensa seria “Um CIO de um ministério ou outra entidade governamental cuja missão é informar a imprensa, mas também satisfazer as necessidades e objetivos de seu patrão, que é muitas vezes em desacordo com a prática da profissão”.

O jornalista colombiano Javier Darío Restrepo, que recentemente ganhou o prêmio de excelência jornalística FNPI de Cartagena- fundação de Gabriel García Márquez- disse há algumas semanas que o repórter que tem que tomar cuidado, acima de tudo, com as fontes oficiais . Não é nem mesmo necessário que essas fontes mintam, é suficiente que deem versão incompleta, parcial. Por isso, diz o articulista “o trabalho do assessor de imprensa não é jornalismo”.

Quando se fala de redes sociais, diz o jornalista diz que surge  "jornalismo comunitário", que aqui no Brasil entendemos mais como um jornalismo específico de uma região, normalmente engajado com os problemas dos moradores. O jornalista diz, porém  que as redes sociais podem ser perigosas. “As redes sociais podem fazer bom jornalismo, fãs e voluntários podem fornecer informações valiosas e as vezes trabalharem melhor do que profissionais oficialmente habilitados a fazê-lo, mas onde está a garantia, a confirmação indiscutível das informações que vem a nós através desses meios?”, se pergunta.