ASSINE
search button

Cameron discute poder dos parlamentares escoceses

Compartilhar

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, liderou nesta segunda-feira (22), uma reunião com membros do Partido Conservador em sua casa de campo, em Chequers, no norte de Londres. O assunto: dar mais poder aos legisladores ingleses no Parlamento de Westminster. Por consequência, limitar o direito dos parlamentares escoceses sobre assuntos que só competem à Inglaterra.

A reunião ocorreu quatro dias depois do histórico referendo na Escócia, em que a maioria dos eleitores optou pela não independência do país do Reino Unido. O resultado final do referendo apontou 55% para o não e 45% pela independência.

Antes e depois do pleito, Cameron prometeu, em nome do governo britânico e dos três principais partidos (Conservador, Trabalhista e Liberal Democrata), mais poderes a Escócia. As medidas devem ser implantadas em troca dos direitos parlamentares escoceses em Westminster. O primeiro-ministro considera uma "anomalia" que os legisladores escoceses possam votar assuntos internos da Inglaterra, enquanto os parlamentares ingleses não possuem esse direito, nos assuntos que competem a Escócia.

Para o líder do Partido Trabalhista, o opositor Ed Miliband, Cameron deve cumprir as promessas feitas e não negociar "uma pela outra". Downing Street afirma que os escoceses irão receber as promessas feitas pelo governo, independente do que foi discutido na casa de campo de Cameron.

Apesar de compor o governo, membros do Partido Liberal Democrático, como o secretário do tesouro, Danny Alexander, criticaram a reunião entre conservadores, que estaria distraindo as promessas para uma maior devolução escocesa.

"Sempre dissemos que o processo escocês deveria ser independente de qualquer outra discussão política e deve ser estabelecido com o cronograma que havíamos decidido", disse Alexander ao jornal The Guardian.

A reunião em Chequers teria ocorrido por pressão de parlamentares do Partido Conservador, que não teriam concordado com as promessas de Cameron aos escoceses, pois acreditam que maior autonomia ao país prejudica a Inglaterra.