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Pirâmide mais antiga do Egito não cairá, diz ministro

Obras de restauração na pirâmide de Saqqara geram polêmica

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O ministro egípcio das Antiguidades, Mamdouh Eldamaty, garantiu nesta quarta-feira (17) que a pirâmide Saqqara, a mais antiga do Egito, nunca cairá. O ministro está há semanas percorrendo os sítios arqueológicos de seu país para verificar o estado dos monumentos. O anúncio de uma reforma da pirâmide Saqqara gerou polêmicas.

    Eldamaty concedeu hoje uma coletiva de imprensa em frente a Saqqara, que tem cerca de 4,6 mil anos.

    Há tempos, estruturas de madeira escoram o monumento até o cume, a 62 metros de altura, mas a inexperiência teria causado o seu colapso, bem como uma poça escavada na parte externa para chegar até a base da pirâmide.

    "É tudo falso", disse o ministro antes de entrar no pequeno corredor que leva para a câmara central se referindo a um possível colapso da estrutura. Em todos os lugares dentro da pirâmide estão estruturas de ferro que chegam até o teto para sustentar o monumento.

    "Vejam, os trabalhos estão acontecendo, estavam parados há três anos por causa da instabilidade do país", destacou Eldamaty.

    Durante o ano de 2011, quando o Cairo, que fica a 30 quilômetros do local, estava envolvido em manifestações contra o então presidente Hosni Mubarak, neste e em outros sítios arqueológicos ladrões levaram tudo que podiam. Mas a pirâmide sofre com vários problemas estruturais. Embaixo da câmara central são utilizadas traves de aço, e "airbags" para sustentar as paredes e tentar bloquear o afundamento de algumas partes.

    A pirâmide de Saqqara, que se chama Djoser, o faraó a qual foi dedicada, se localiza em um dos mais ricos sítios arqueológicos da história do Antigo Egito.

    Um sítio ainda capaz de surpreender, em janeiro passado foram encontradas múmias de 8 milhões de animais, grande parte cães e gatos, além de vacas.

    Especialistas acreditam que se trata provavelmente de peças ligadas ao culto de Anubis, mas os estudiosos ainda estão analisando os materiais.

    O ministro defende o relançamento dos sítios arqueológicos egípcios, que até 2010 garantiam uma boa parte dos negócios bilionários ligados ao turismo.

    Outras grandes obras estão sendo realizadas, começando pelo novo Grande Museu que deve abrir as portas no próximo ano .

    A UNESCO acompanha com grande atenção os passos do governo, e em uma recente visita oficial elogiou os esforços do Cairo, mas ainda faltam os fundos, para a restauração por exemplo do museu islâmico, que foi parcialmente destruído em janeiro passado no primeiro atentado suicida na história do Cairo. O único país financiador é a Itália.(ANSA)