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Embaixador iraquiano diz que Estado Islâmico pode atacar Papa

Representante na Santa Sé recomendou reforço na segurança

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Apesar do Vaticano negar que o grupo Estado Islâmico (EI, ex-Isis) represente uma ameaça ao papa Francisco, o embaixador iraquiano na Santa Sé, Habeed al Sadr, afirmou que é necessário reforçar a segurança do Pontífice. "É preciso garantir a segurança do Papa em todos os lugares, porque acho que vão tentar atingi-lo durante suas viagens, ou até em Roma", disse o diplomata, em entrevista à imprensa italiana. O embaixador ressaltou que a estratégia do EI é a de conseguir atenção da mídia e que, por isso, divulga vídeos de decapitações. "Os nossos analistas de inteligência estudam várias hipóteses. Mas eu não excluo a possibilidade do EI atingir o Papa", afirmou. Para o diplomata, o Vaticano, mesmo dizendo que está tranquilo e que as posições do EI não farão o Papa mudar seu jeito de ser, precisa tomar cuidado. "O Papa é muito próximo dos refugiados e dos cristãos perseguidos. Ele não deixará de ser assim só por causa das ameaças do EI. Quando cogitaram uma visita de Francisco ao Iraque, ele disse que 'assim que puder, irá'. Tenho certeza que o Papa irá mesmo", disse o diplomata. "Esse bando criminoso do EI não se limita a ameaçar. No Iraque, eles já violaram e destruíram alguns dos lugares mais sagrados para o Islã xiita. Atacaram lugares de culto das religiões yazidi e do cristianismo", comentou al Sadr. "Eles dizem: Quem não está ao nosso lado, está contrário a nós. Ou você se converte ou é aniquilado. É um verdadeiro genocídio". Ontem, o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, garantiu que, até o momento, não há motivos concretos para se temer ataques contra o Pontífice. "Não há riscos ou ameaças para mudar o programa de viagens do Papa ou para alterar o modo como Francisco se move", afirmou. No próximo dia 21 de setembro, o Papa fará uma viagem apostólica à Albânia, de população majoritariamente muçulmana, e usará um carro aberto em uma praça onde celebrará uma missa. Em novembro, ele também deve fazer uma visita à Turquia.

    Francisco tem se mostrado extremamente preocupado com as perseguições do EI contra cristãos do Iraque. Além dos apelos de paz, o Papa enviou um emissário especial para levar dinheiro e apoio emocional aos cristãos. Desde o meio do ano, o grupo EI, ex-Estado Islâmico do Iraque e do Levante, tem tomado o controle de dezenas de cidades iraquianas e sírias com o objetivo de estabelecer um califado sunita na região. Os jihadistas do EI se opõem a todos os tipos de religião não sunita e costumam adotar métodos bárbaros contra civis e militares, como mutilações, decapitações e sequestros. (ANSA)