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Em Paris, países decidem apoiar Iraque contra Estado Islâmico

Conferência pediu ação imediata e unificada contra extremistas

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 O presidente da França, François Hollande, fez um chamado nesta segunda-feira (15) para que seja formada uma ação internacional unificada para combater o grupo Estado Islâmico (EI, ex-Isis), que adota métodos bárbaros contra civis para tentar dominar regiões da Síria e do Iraque. "Não há tempo a perder", disse Hollande ao abrir uma conferência internacional em Paris que reuniu cerca de 20 chanceleres, inclusive a italiana Federica Mogherini, que recentemente assumirá o posto de comissária para assuntos exteriores da União Europeia (UE), e o norte-americano John Kerry. "A luta dos iraquianos contra o terrorismo também é a nossa luta. Devemos nos empenhar de modo claro, leal e com força ao lado das autoridades iraquianas", exaltou Hollande.

    Por sua parte, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, criticou o EI dizendo que o grupo "não é um Estado, nem representa o Islã". "O chamado Estado Islâmico é um movimento de extrema periculosidade". Ao fim da conferência, os países participantes concordaram em usar "todos os meios necessários para ajudar o novo governo iraquiano na luta contra o EI, inclusive auxílio militar apropriado".

    "O EI constitui uma ameaça para o Iraque e para toda a comunidade internacional", afirmou o comunicado oficial do encontro, ressaltando os perigos para a paz e para a segurança.

    No fim de semana, o EI publicou um vídeo com a decapitação do refém britânico David Haines. No mês passado, outros dois jornalistas norte-americanos foram decapitados pelo grupo e tiveram suas mortes divulgadas na Internet pelos extremistas.

    A decapitação dos norte-americanos James Foley e Steven Sotloff fizeram o presidente dos EUA, Barack Obama, declarar guerra ao EI. O mandatário elaborou um programa de três fases para erradicar os rebeldes. O plano, porém, não prevê envio de tropas ao Iraque e a Síria e se limita a bombardeios aéreos e apoio aos Exércitos locais.

    Paralelamente à ação norte-americana, países europeus e do Oriente Médio tentam formar uma coalizão internacional para combater o avanço do EI.

    De acordo com o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, que está em visita aos Emirados Árabes Unidos, estão previstos para esta segunda-feira os primeiros vôos de reconhecimento de militares franceses sobre a região do Iraque. O presidente iraquiano, Fouad Massoum, por sua vez, fez um apelo para que a comunidade internacional se una para derrotar o EI.

    Pouco antes de ingressar na conferência de Paris, o mandatário destacou a necessidade de "intervenções aéreas imediatas".

    A chanceler italiana, no entanto, descartou a possibilidade de Roma ordenar vôos sobre o Iraque no momento. "A Itália decidiu enviar armas, munições e, sobretudo, materiais de apoio humanitário", explicou. "O EI representa uma ameaça global que não tem fronteiras.

    Estamos todos de acordo com a necessidade de agirmos juntos, urgentemente: fazer algo rápido e unido", disse Mogherini. ONU - Em uma declaração adotada por unanimidade, o Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou a decapitação de David Haines. "O Estado Islâmico deve ser derrotado. A intolerância, a violência e o ódio que professam deve ser erradicado", disse o organismo. Nas imagens divulgadas pelo EI, Haines, de 44 anos, aparece com uma roupa laranja, ajoelhado e com um militante ao seu lado. O vídeo de dois minutos e 27 segundos é intitulado como "Uma mensagem aos aliados da América", representando uma represália à decisão do Reino Unido de participar da coalizão guiada por Washington para combater o grupo.

    Os rebeldes também ameaçaram decapitar outro cidadão britânico em seu poder, Alan Henning. Ex-engenheiro da Força Aérea Real, Haines começou a realizar ações humanitárias em 1999, ajudando vítimas dos conflitos na antiga Iugoslávia, África e Oriente Médio. (ANSA)