O ex-chefe do Estado-Maior do Reino Unido Lord Dannatt afirmou nesta sexta-feira (22) que para combater o grupo jihadista Estado Islâmico (também conhecido como Isis) é preciso cooperar com o presidente da Síria, Bashar al Assad, que já foi acusado pela comunidade internacional de usar armas químicas para manter o controle do seu país.
"Se forem realizados ataques aéreos na Síria [contra o Isis], será preciso ter a aprovação de Assad", afirmou Dannatt em entrevista à rede "BBC". Segundo ele, o Irã também poderia desempenhar um papel importante para derrotar os radicais. "O inimigo do meu inimigo é meu amigo", acrescentou.
A opinião é compartilhada por Malcolm Rifkind, ex-ministro britânico das Relações Exteriores e atual líder da comissão parlamentar para inteligência e segurança. Para o ex-chanceler, os Estados Unidos e seus aliados devem estar prontos para trabalhar com o presidente sírio se quiserem enfrentar os jihadistas.
"O Isis deve ser eliminado e não podemos ter escrúpulos sobre como faremos isso. Às vezes é preciso desenvolver relações com gente muito ruim para eliminar outra ainda pior", afirmou Rifkind para o jornal "Financial Times".
No entanto, o atual ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, excluiu qualquer possibilidade de cooperar com Assad. "Isso não seria prático, sensato ou útil. Em determinadas circunstâncias, combatemos as mesmas pessoas, mas isso não nos torna aliados", declarou.