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Assange teria feito acordo para sair de Embaixada

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O ex-chanceler do Equador Francisco Carrión, que ocupou o cargo de 2005 a 2007, acredita que o fundador do Wikileaks, Julian Assange, fez um acordo com a Justiça da Suécia para sair da Embaixada equatoriana em Londres.

    Na segunda-feira (18), Assange surpreendeu o mundo ao anunciar que sairia "em breve" do local onde está asilado há mais de dois anos. Segundo Carrión, as declarações do australiano devem ser resultado de um possível acordo sobre as acusações de abuso sexual que enfrenta em território sueco.

    "Acredito que houve uma negociação, que é de se supor que não se tornou pública, onde se encontrou uma fórmula do lado britânico para que ele responda à Justiça sueca", disse Carrión à ANSA.

    Sempre no campo da especulação, o ex-embaixador se anima ao falar que a suposta negociação teria ocorrido "longe dos microfones" porque um debate público sobre um caso "tão sensível" gera reações desencontradas. Por isso, Quito sempre recomenda "discrição" aos seus funcionários.

    "Equador deve ter guardado muito mais reserva para encontrar uma solução para o caso Assange", disse o ex-chanceler que reconhece que o seu país está com uma postura mais moderada nos últimos meses.

    Ao lado do fundador do Wikileaks, o atual chanceler Ricardo Patiño afirmou que teve encontros com seu homólogo britânico e que as novas leis de extradição do Reino Unido criaram um "clima melhor" para conseguir um acordo com o ex-hacker. Carrión acredita que a substituição do ministro de Relações Exteriores (saiu William Hague para a entrada de Philip Hammond) tenha sido crucial para o desenrolar dos fatos, já que esse é um "assunto jurídico" importante.

    Assange está na Embaixada do Equador em Londres desde 19 de junho de 2012 e está no local por causa da possibilidade de sua detenção pela Polícia britânica - por conta do mandado de prisão emitido pela Suécia em 2010. O australiano sempre negou tais acusações e teme que seja um pretexto para a extradição dele para os Estados Unidos, onde pode ser condenado por espionagem.