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Trem com corpos do voo MH17 deixa região separatista

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 O trem refrigerado que transportava o corpo das vítimas do vôo MH17 da Malaysia Airlines chegou nesta terça-feira (22) à cidade de Kharkiv, na Ucrânia, que fica em uma região fora do controle dos rebeldes separatistas pró-russos.

O trem tinha partido no último sábado do local do acidente, carregado com o corpo das vítimas. A operação foi supervisionada por médicos legais e observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

O Boeing 777 da Malaysia Airlines caiu na última quinta-feira (17), com 298 pessoas a bordo, na fronteira entre Ucrânia e Rússia. Especulações apontam que a aeronave teria sido abatida por um míssil. A Ucrânia, apoiada pelos Estados Unidos e União Europeia, acusa os rebeldes. Já a Rússia afirma que um caça ucraniano estava voando próximo da aeronave no momento do acidente.

A retirada dos restos mortais das vítimas, porém, ocorreu apenas três dias após o acidente, pois os rebeldes estavam impedindo o acesso de autoridades ao local da queda do avião.

Após pressão internacional, a Rússia apoiou ontem (21) uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que exige uma "investigação completa, minuciosa e independente" do acidente aéreo. O texto, aprovado por unanimidade pelos países-membros do conselho, não acusa diretamente os rebeldes separatistas pró-russos pelo desastre, mas fala do possível envolvimento de "grupos armados".

A resolução 2166 "condena nos mais duros termos a derrubada do avião" e pede que todos os Estados-membros "cooperem completamente com os esforços para se estabelecer os responsáveis pelo acidente".

"É necessário que a investigação ocorra, porque qualquer informação que chega de todas as partes deve ser verificada atentamente", disse, por sua vez, a Alta Representante para a Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton.

Reações

Desde o desastre, a UE, os Estados Unidos e o Canadá estão ameaçando ampliar as sanções contra a Rússia. O chanceler da Lituânia, Linas Linkevicius, também afirmou hoje que a comunidade internacional deveria mudar o status dos rebeldes ucranianos prós-russos, passando a considerá-los como "terroristas".

O Japão, por sua vez, pediu para a Rússia "encerrar imediatamente" a assistência aos separatistas. "O apoio russo causou uma deterioração da situação e deveria ser suspenso imediatamente", disse o ministro das Relações Exteriores do país, Fumio Kishida.

    Já o ministro italiano da Economia, Pier Carlo Padoan, afirmou que as sanções "sempre são um problema, tanto para quem as recebe como para quem as impõem". Em um comunicado, o governo russo respondeu que está pronto para oferecer uma "ajuda completa" às investigações, colocando inclusive seus especialistas à disposição das autoridades internacionais. Moscou também elogiou a resolução do Conselho de Segurança da ONU. (ANSA)