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TV é condenada por racismo contra tribo do Brasil

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A emissora australiana Channel 7 foi considerada culpada de racismo por ter transmitido uma reportagem sobre uma tribo amazônica brasileira chamada Suruwaha, na qual dizia que seus membros eram "assassinos de crianças", "relíquias da Idade da Pedra" e "os piores violadores dos direitos humanos do mundo".    

Veiculada em 2011, a matéria foi alvo de protestos da Survival International, entidade que defende os direitos dos povos indígenas em todo o planeta. No ano seguinte, a Autoridade de Comunicações e Mídia da Austrália (ACMA) condenou o canal por provocar "uma intensa aversão e um grave desprezo contra uma pessoa ou grupo" e por ter transmitido material "inexato".    

O Channel 7 apresentou um recurso na Corte Federal do país, que nesta quarta-feira (25) confirmou a decisão da Acma. A reportagem do aventureiro Paul Raffaele e do enviado Tim Noonan dizia, entre outras coisas, que a tribo suruwaha "acredita que os bebês nascidos com defeitos congênitos ou de mãe solteira são espíritos malignos e devem ser mortos da maneira mais terrível possível".    

A matéria afirmava também que os "pobres recém-nascidos" eram deixados na selva para serem comidos vivos por animais selvagens, ou então eram enterrados com vida. "Os povos indígenas são acusados de barbáries desde a chegada dos primeiros colonizadores, que desse modo tentavam justificar as crueldades do imperialismo", diz um comunicado assinado pelo diretor da Survival International, Stephen Corry.