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'Trabalharei no asilo com prazer', diz Berlusconi

Ex-premier italiano fará 1 ano de serviços comunitários

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O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, de 77 anos, disse que prestará serviços comunitários "com prazer" e que espera "ser útil" aos pacientes do asilo em que atuará.    "O tribunal me obrigou a dedicar parte do meu tempo a pessoas em dificuldade. Isso me deixou alegre, porque em toda minha vida sempre me envolvi com atividades de suporte. Farei o trabalho com prazer e espero ser útil", afirmou Berlusconi, em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (17), durante a qual apresentou os candidatos de seu partido, o Forza Italia (FI), para as eleições européias, marcadas para maio.    

O ex-premier foi condenado, em 2013, a quatro anos de prisão por fraude fiscal. A pena posteriormente foi reduzida para um ano e poderia ser cumprida em regime domiciliar ou serviços comunitários. Nessa semana, porém, um Tribunal de Milão decidiu que Berlusconi descontaria a pena atuando em um asilo, ao menos uma vez por semana, com carga horária mínima de quatro horas. Na mesma coletiva de imprensa, no entanto, Berlusconi voltou a atacar a magistratura italiana e disse que sua condenação foi "injusta". "Fui condenado em uma decisão injusta da magistratura, com base em um fato inexistente", comentou. "Sou um homem de instituições e espero que a minha inocência seja reconhecida", ressaltou. O ex-premier, que teve seu mandato de senador cassado e também foi interditado de cargos públicos devido a outros processos judiciais, contou que "lamenta" o fato de esta ser a primeira vez, em 20 anos, que não lançará sua candidatura às eleições européias.    

Berlusconi ainda tem quatro recursos pendentes na Corte Europeia de Direitos Humanos, sediada na cidade francesa de Estrasburgo, para que suas penas sejam suspensas e ele possa, dessa forma, candidatar-se às eleições ao Parlamento Europeu. Ontem, porém, a Corte recusou pela segunda vez o pedido. Berlusconi, na coletiva de hoje, comentou ainda sobre as propostas de seu partido e criticou o ex-governo de Mario Monti, seu sucessor. "Monti sempre se ajoelhou para a chanceler alemã, Angela Merkel", disse Berlusconi. Falando sobre política interna italiana, Berlusconi também contou que pediu para o primeiro-ministro Matteo Renzi "uma reforma que introduzia a eleição direto para presidente".    Atualmente, o presidente é eleito após um acordo entre os partidos do país.