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Ucrânia prepara retirada de soldados da Crimeia

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A Ucrânia está preparando um plano para retirar seus militares e suas famílias da Crimeia, segundo o secretário do Conselho Nacional de Segurança, Andrii Parubii. Além disso, o presidente interino do país Oleksandr Turcinov, deu hoje, dia 19, um prazo de três horas para que as autoridades separatistas da Crimeia liberem o comandante da Marinha militar ucraniana, Serguei Gaiduk, detido nesta terça-feira. Caso isso não ocorra, serão aplicadas "as medidas apropriadas", ameaçou o mandatário interino. Soldados russos ocuparam "a força" uma base militar ucraniana em Ievpatoria, na Crimeia Ocidental. A informação foi divulgada pelo ministro da Defesa de Kiev, citado pela agência Unian, acrescentando que 200 militares russos e cinco blindados se encontram na pista de aterrissagem de uma outra base aérea, ainda em Ievpatoria.

G7

Os países que participarão da reunião do G7 devem discutir "a exclusão permanente da Rússia" do G8, declarou o primeiro-ministro britânico, David Cameron. Ele afirmou que a comunidade internacional pode pagar "um preço muito alto" se não se posicionar firmemente contra a anexação da Crimeia. A reunião do G7 em Haia foi solicitada por causa da questão da Crimeia e será realizada na próxima semana. 

Invasões

Soldados russos atacaram uma base militar da Ucrânia no oeste da Crimeia, informou o porta-voz do ministério da Defesa ucraniano, Vladislav Seleznev. Os russos atacaram a base da Marinha em Novoozerne com um trator, mas pararam a invasão ao encontrar um grupo armado da Marinha no interior do local. Durante a manhã, algumas centenas de manifestantes pró-Rússia invadiram outra base da marinha, dessa vez em Sebastopol, e hastearam a bandeira russa no local. Após horas de negociação com os militares ucranianos, eles deixaram o local pacificamente.

Já em Moscou, capital da Rússia, a Corte Constitucional avaliou a anexação da Crimeia ao território russo e o presidente da Corte, Valeri Zorkin, concluiu que o documento enviado ontem (18) por Vladimir Putin "está de acordo com a constituição da Rússia". Com isso, segundo informa a agência Interfax, Moscou deu sinal verde para um exercício militar em oito regiões da Rússia, incluindo uma área próxima a Crimeia. Serão cinco mil atiradores de elite participando do treinamento que deverá durar de 45 dias a dois meses.

Política

Uma nota do ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que o presidente do conselho da União Europeia, Herman van Rompuy, não foi autorizado pela entidade a ir até Moscou. "Ele pediu há alguns dias para fazer uma visita urgente. Todavia, não deixaram ele prosseguir. E, notem, que foram os seus que não o deixaram vir", informou a nota. O informe ainda ironizou a situação, afirmando que "porque Von Rompuy deve saber a verdade se já está tudo decidido? O objetivo da visita era saber a posição da parte russa sobre a crise. A crise ucraniana já tem seus heróis: os militantes de direita e de seu governo ilegítimo que tem uma série de fascistas declarados. A Rússia e o povo da Crimeia refutaram a aceitar a lógica do golpe neo-nazista".

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, declarou que o referendo na região foi "ilegítimo" e que "é preciso uma ação concreta de todas as instituições, de modo particular, dos países europeus do G8". Renzi ainda sugeriu que "é preciso utilizar sanções graduais e reversíveis" contra a Rússia e que de maneira nenhuma pode ser aceita novamente uma "cortina de ferro".

Já o presidente norte-americano, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel, conversaram por telefone e concordaram que "devem continuar a negociar com Putin para resolver a crise diplomaticamente". Eles ainda debateram sobre como ajudar a Ucrânia a estabilizar a economia e a preparar as eleições de maio.

E a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), através de seu presidente, Didier Bukhalter, declarou que a anexação da Crimeia "é contra o direito internacional", mas que os acontecimentos de ontem "não devem significar o fim da diplomacia para superar a crise".

Sanções

A Austrália e o Japão anunciaram sanções aos russos nesta quarta-feira (19). O governo australiano proibiu a entrada de russos e ucranianos que estejam envolvidos nos protestos e nas ações separatistas na Austrália. E o governo japonês estuda novas sanções aos russos e criticaram "a violação de unidade, soberania e integridade territorial da Ucrânia". A situação na Crimeia ficou ainda mais tensa ontem, quando o governo russo aceitou o referendo e assinou o acordo para anexar o território à Rússia, contra os protestos de vários países ocidentais.