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Otan acusa Moscou de 'agressão militar' na Crimeia

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Enquanto a tensão na Crimeia segue cada vez mais alta, com forças paramilitares russas tomando bases ucranianas e Kiev dando um ultimato para a libertação de um comandante de sua Marinha, a guerra verbal entre o dito "mundo ocidental" e Moscou fica cada vez mais intensa.    

Em um congresso em Washington, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, afirmou que a Rússia está promovendo uma "agressão militar" na república autônoma, que declarou sua independência na semana passada.    

Segundo ele, o que está ocorrendo na Crimeia é um sinal de alarme para a comunidade euroatlântica, a Otan e todos aqueles que querem uma Europa "livre e pacífica". "Essa é a ameaça mais grave para a segurança e a estabilidade da Europa desde os tempos da Guerra Fria", acrescentou. 

A escalada da tensão na península foi discutida nesta quarta-feira (19) em uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Em sua intervenção, a embaixadora dos Estados Unidos no órgão, Samantha Power, declarou que o país está pronto para tomar novas medidas caso continue a "provocação" de Moscou à Ucrânia. Recentemente, o governo norte-americano estabeleceu sanções econômicas contra um grupo de políticos e militares que participaram do processo separatista da Crimeia.    

"Um ladrão pode roubar, mas isso não lhe dá o direito de se tornar proprietário. Se há um momento para se preocupar com a situação dos direitos humanos na Crimeia, esse é agora", disse. Por outro lado, a Rússia ameaçou rever sua posição nas negociações sobre o programa nuclear iraniano, como resposta às medidas dos EUA e da União Europeia. "Não queremos usar esse assunto, mas se nos obrigarem, nós responderemos", ressaltou o negociador russo Serguei Ryabkov, citado pela agência Interfax.    

De acordo com o diplomata, a importância histórica do que vem ocorrendo na península, que para ele é a reparação de uma injustiça, não é comparável à questão envolvendo Teerã.

Países bálticos

Em visita à Lituânia, o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, declarou que os Estados Unidos podem enviar tropas aos países bálticos, que também incluem Letônia e Estônia, para garantir a segurança das três ex-repúblicas soviéticas. Após o ocorrido na Crimeia, existe o temor de que a comunidade russa presente nessas nações inicie movimentos parecidos.    

"Estamos estudando uma série de medidas suplementares para acelerar o ritmo da nossa cooperação militar, entre os quais mandar uma unidade das forças dos EUA para exercícios terrestres e navais", explicou. No entanto, o presidente norte-americano, Barack Obama, já excluiu qualquer possibilidade de uma intervenção militar na Crimeia e afirmou que uma guerra contra a Rússia não seria "apropriada".