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Para Lula, morte de Mandela é perda de figura extraordinária

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O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta quinta-feira, em Diadema, na Grande São Paulo, que a morte do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela representa a perda de umas das figuras mais extraordinárias da humanidade. Na definição de Lula, ele foi alguém que passou 27 anos encarcerado e que deixou a prisão sem qualquer ressentimento.

"Se vocês quiserem conhecer o Mandela, assistam um filme chamado Invictus. É a história de um homem que mesmo encarcerado por 27 anos sai da cadeia e não traz uma gota de ódio com ele".

Lula se lembrou de seu primeiro encontro com Mandela, em Cuba, há 19 anos. "Um ser humano especial morreu hoje. Eu tive a grata satisfação de ter feito parte de uma geração que brigou contra o Apartheid. Tive o prazer de me encontrar com o companheiro Mandela em Cuba, na comemoração do Primeiro de Maio. Jantar em Varadero com Mandela e Fidel Castro", disse ele.

O ex-presidente brasileiro lembra do prazer de sentir a conquista da liberdade de um povo. "A gente pensa que as conquistas materiais são as mais importantes. Lá (na África do Sul) multidões de pessoas ficavam desfilando em volta do palácio para chegar perto dele. Antes, o povo negro não podia chegar nem perto do palácio.”

Na opinião de Lula, Mandela não conseguiu fazer muito pela África do Sul porque já chegou com idade avançada ao poder. "O grande legado do Mandela foi fazer com que o povo negro da África do Sul descobrisse algo que parece simples, mas não é. Se a maioria era negra, não tinha o maior sentido de os brancos governarem o país.”

Lula disse a uma plateia de cerca de 200 pessoas que Mandela servirá de exemplo para os filhos de todos. E no fim ainda fez piada. "Se existe um lugar no mundo, de vida após a morte, que seja para ele o Paraíso. Eu espero aprender o caminho para ir atrás", disse.