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Jornal: como lidar com um caso de terrorismo

Editorial do NYT critica parlamentares americanos

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O senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, aparentemente, tem um dispositivo de imagens térmicas para detectar a motivação do homem preso por suspeita de detonar bombas na Maratona de Boston. Ele e outros três legisladores republicanos declaram - sem o benefício de evidência - que Dzhokhar Tsarnaev deve ser considerado um combatente inimigo, não um criminoso, e o julgamento deve ser realizado pelos militares, sem acesso a um advogado ou aos direitos fundamentais que distinguem este país de regimes autoritários, diz  editorial publicado no The New York Times.

O texto chama a declaração de Graham de "irresponsável" e destaca o "excelente" trabalho da polícia civil, mas frisa que "tão chocante quanto o ataque" foi o fato de advogados de defesa e tribunais não poderem continuar a fazer o seu trabalho.

O editorial lembra que Tsarnaev é um cidadão norte-americano naturalizado, e que não pode ser julgado em uma comissão militar, "um sistema legal reservados para estrangeiros". Ainda de acordo com o texto, mesmo sendo realizado pelos militares, o julgamento exigiria uma demonstração de que ele está associado a um inimigo declarado dos Estados Unidos, como a Al Qaeda ou do Taliban. "Até o momento não há nenhuma conexão visível dos irmãos Tsarnaev". 

O editorial diz ainda que, felizmente, a administração Obama ignorou a postura e declarou que o Tsarnaev, como todos os cidadãos e terroristas estrangeiros capturados em solo americano, serão julgados em tribunais federais. 

O texto conclui que a administração Obama não deve permitir que as emoções cruas associadas a um caso de terrorismo prejudiquem o sistema de Justiça americano.