ASSINE
search button

Vitória de Chávez ganha destaque na imprensa internacional

Compartilhar

Depois de uma campanha disputada e intensa participação popular, o presidente Hugo Chávez foi reeleito nas eleições deste domingo e terá mais seis anos de mandato na Venezuela. Chávez derrotou o opositor Henrique Capriles, com uma participação recorde da população nas urnas.

A vantagem de Chávez sobre Capriles foi menor do que a conquistada pelo presidente na última votação, em 2006, quando foi reeleito com 62,9% dos votos, contra 36,9% de seu adversário. Com 90% dos votos apurados, o presidente bolivariano obteve 54.42% dos votos contra 44% de Capriles. Os principais jornais do mundo deram destaque a vitória de Chávez.

Estados Unidos

O site da CNN falou sobre a influência da Venezuela sobre os países da América Latina, destacando a difícil relação do país com os Estados Unidos. Chávez com frequência provoca os Estados Unidos, que chama de "imperialista", apesar de ser o quarto maior exportador de petróleo do país. Segundo a CNN, o presidente venezuelano também costuma apoiar líderes controversos como o iraniano Mahmoud Ahmadinejad. A vitória de Chávez significa que os EUA terão de continuar lidando com "a diplomacia provocativa e independente de Chávez".

O jornal The New York Times focou nos problemas de campanha de Chávez, sua saúde depois do tratamento contra o câncer, e na oposição crescente e cada vez mais confiante. O jornal chamou Chávez de "um inimigo fogoso de longa data de Washington", que terá agora mais um mandato para "Aprofundar sua revolução socialista".

Europa

O site da BBC deu destaque ao discurso de vitória de Chávez, onde ele reconheceu todos os que votaram por Capriles e o "peso democrático" desses votos. Ele elogiou a oposição por reconhecer o resultado do pleito, convidando-os ao diálogo. A BBC também ressaltou o pedido de Capriles durante seu discurso de derrota, onde ele disse esperar que Chávez reconhecesse que quase metade do país mostrou através de seus votos que não concorda com a política de Chavéz.

O jornal Le Monde destaca a vitória de Chávez em meio a uma queda de popularidade, comparando os resultados desse pleito com o dos anos anteriores, onde a oposição não havia conseguido representar uma ameaça. Segundo o jornal, Chávez recebeu 7,4 milhões de votos, praticamente o mesmo número de 2006, porém, teve o menor percentual de votos de sua carreira.

O jornal El País considerou a vitória de Chávez como "épica, ao derrotar, minado pela doença, seu adversário mais difícil, o jovem líder da oposição", dando ao presidente venezuelano um quarto mandato para aprofundar sua revolução bolivariana e seu "caudilhismo messiânico". O El país também considerou a campanha de Capriles como "brilhante", avaliando o candidato opositor como o primeiro a incorporar uma alternativa genuína de poder no país.

América Latina

O jornal Folha de São Paulo também mencionou a queda de popularidade do chavismo, apesar da vitória, além do recorde de votantes no país. Chávez venceu em 2006 com uma diferença de 26 pontos sobre seu opositor, e neste pleito, venceu com apenas 9 pontos de diferença. Os dos motivos, segundo a Folha, é o discurso inflamado de Chávez, que "o fez querido dos pobres mas alienou a classe média e a elite tradicional".

Já o argentino Clarín destacou os festejos em Caracas depois do anúncio da vitória de Chávez. O jornal falou sobre o discurso do presidente reeleito, que mencionou um telefonema que recebeu de Cristina Kirschner, acrescentando que "Esta vitória é também a pátria Argentina. Esta é uma vitória para a América Latina".