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Presidente do Egito demite ministro da Defesa e amplia seus poderes

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O presidente do Egito, Mohamed Mursi, ordenou a aposentadoria de dois importantes militares, entre eles o Ministro da Defesa marechal Hussein Tantawi, segundo a TV estatal egípcia. Ele também ampliou os poderes presidenciais ao cancelar uma declaração constitucional que limitava sua atuação, editada em junho pelo antigo governo militar. Tantawi foi ministro de Hosni Mubarak por 20 anos e atuou como um dos comandantes do país após a queda do ditador. 

O chefe de gabinete Sami Annan também foi demitido. O canal de notícias CNN informou que ambos foram forçados a se aposentar. O porta-voz da presidência, Yasser Ali, anunciou Abdel el-Sissi - também marechal - como novo ministro da Defesa. O juiz Mahmoud Mekki foi indicado para o cargo de vice-presidente, de acordo com a agência oficial Mena. 

"O presidente decidiu anular a declaração constitucional adotada em 17 de junho pelo Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), que dirigia então o país e no qual se apropriava do poder legislativo", afirmou o porta-voz Yaser Ali em um discurso exibido pela televisão pública. As medidas têm efeito imediato. 

Nova democracia

As medidas acabam com as reformas constitucionais impostas pela junta militar que liderou o país na transição após a deposição de Mubarak. As leis que limitavam o poder da presidência, a suspensão do Parlamento, eleito recentemente, e da comissão encarregada de elaborar a nova Constituição egípcia foram invalidadas. 

Na semana passada, Mursi anunciou uma profunda remodelação dos aparatos de segurança do Estado, com o afastamento do chefe dos serviços secretos Murad Muafi. Antes, ele tirou do poder o governador da região do norte Sinai, onde na última segunda-feira terroristas mataram 16 policiais egípcios.

Presidente

Mohamed Mursi é o primeiro presidente islamita e civil do Egito. Eleito em junho deste ano, sucedeu Hosni Mubarak, derrubado no início de 2011 por uma revolta popular sem precedentes. Sua chegada marcou uma virada na história da Irmandade Muçulmana, fundada em 1928, oficialmente proibida em 1954 e, depois, relativamente tolerada no governo Mubarak, do qual foi o principal alvo. O próprio Mursi foi preso nesse período.