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Premiê interino líbio promete processo justo a Saif al-Islam

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O primeiro-ministro interino líbio, Abdel Rahim al-Kib, afirmou neste sábado que Saif al-Islam Kadafi, o último filho foragido de Muammar Kadafi e preso hoje no sul da Líbia, será julgado durante "um processo justo".

"Asseguro ao nosso povo e aos outros países do mundo que Saif al-Islam e seus companheiros serão julgados durante um processo justo durante o qual os direitos e a lei internacional serão garantidos", declarou Kib durante uma entrevista coletiva à imprensa em Zenten, para onde Saif al-Islam foi levado à tarde.

"O sistema judicial vai entrar em contato com o Tribunal Penal Internacional (TPI) para examinar onde Saif al-Islam será julgado", ressaltou. "Qualquer cooperação com os organismos internacionais é bem-vinda", acrescentou, sugerindo que as autoridades preferem que seja julgado na Líbia.

"A prisão de Saif al-Islam Kadafi representa o fim dos sacrifícios sofridos por nosso grande povo", comemorou, mencionando um dia "histórico". O primeiro-ministro líbio indicou que al-Islam estava "sob o controle dos thowar (combatentes) de Zenten" que o capturaram.

Saif al-Islam Kadafi, de 39 anos, procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a Humanidade, foi detido por ex-rebeldes no sul da Líbia. Pouco depois do anúncio de sua captura, os pedidos para que seja julgado pelo TPI se multiplicaram em nível internacional. O TPI ressaltou que as autoridades líbias têm "a obrigação" de entregar o fugitivo ao organismo.

Vídeo mostra imagens de filho de Kadhafi após ter sido preso:

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.