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Ex-ministro de Allende pode ter sido assassinado pela ditadura

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Relatórios forenses do cadáver exumado de José Tohá, que faleceu em 1974 e foi ministro do ex-presidente Salvador Allende, concluíram que ele pode ter sido assassinado, conforme informou nesta terça-feira o poder judiciário chileno.

Estas conclusões contradizem a versão oficial da ditadura, que na época apontava o suicídio como causa da morte do político.

Os restos mortais de Tohá foram exumados no final do ano passado, sob suspeitas de que ele poderia ter sido executado enquanto estava preso no hospital militar de Santiago, onde foi encontrado morto, enforcado com um cinto no armário do quarto.

O juiz Zepeda pediu para que os restos fossem submetidos a dois exames. O primeiro, efetuado pelo Serviço Médico Legal (SML) aponta que "tratou-se de uma morte violenta, compatível com um homicídio". No outro, peritos da Universidade do Chile concluíram que existem lesões que poderiam ter sido causadas tanto por um assassinato quanto por um suicídio.

Preso durante o golpe militar que derrubou o governo de Salvador Allende, Tohá foi internado no Hospital Militar de Santigo após ter sido torturado. Sua família afirma que estava tão debilitado que seria impossível que ele tenha cometido suicídio.

Estas informações estão sendo divulgadas no momento em que as autoridades estão preparando a exumação dos restos mortais do ex-presidente Allende para determinar se ele se suicidou ou se foi executado no dia 11 de setembro de 1973, dia em que o golpe militar instaurou a ditadura de Pinochet no Chile.