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Secretário-geral do partido de Mubarak vai renunciar, diz fonte

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O secretário-geral do governista Partido Nacional Democrático, Hossam Badrawi, vai renunciar a seu cargo, informou uma fonte ligada a ele à AFP nesta sexta-feira.

"Quando ele assumiu o cargo, queria garantir um breve período de transição para responder às demandas dos manifestantes. Agora que isso foi feito, ele vai pedir demissão", afirmoua fonte.

A notícia da renúncia de Badrawi acontece durante o 18o. dia de progetos populares no Egito e quando a tv estatal anunciou que a presidência vai fazer um importante comunicado em breve. 

O presidente Hosni Mubarak deixou o Cairo e está com sua família no balneário de Sharm el-Sheikh.

Exército pede volta à normalidade e garante "eleições livres"

O exército egípcio anunciou nesta sexta-feira que garantirá as reformas democráticas prometidas pelo regime do presidente Hosni Mubarak, entre elas "eleições livres e transparentes", ao mesmo tempo em que pediu ao país que retorne à normalidade, advertindo contra qualquer ataque à segurança nacional.

Em um comunicado lido por um apresentador na televisão pública, e por um coronel do exército para os manifestantes reunidos em frente ao Palácio Presidencial, o conselho supremo das forças armadas assegurou que garante as reformas prometidas por Mubarak.

O exército indicou ainda que garantirá a organização de "eleições livres e transparentes, segundo as emendas constitucionais decididas" e advertiu "contra qualquer ataque à segurança da nação e dos cidadãos".

O conselho também "destacou a necessidade de um retorno ao trabalho nos estabelecimentos do Estado e de um retorno à vida normal", em um esforço para pôr fim à rebelião popular sem precedentes que há 18 dias exige o fim do regime de Mubarak.

Protestos tomam conta do Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, masMubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que"a mudança chegará" para o Egito. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milhares de pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar quenão participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo.

O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos. Manifestantes pró e contra Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. Nos dias subsequentes os conflitos cessaram e, após um período de terror para os jornalistas, uma manifestação que reuniu milhares na praça Tahrir e impasses entre o governo e oposição, a Irmandade Muçulmana começou a dialogar com o governo.

Em meio aos protestos do dia 10 de fevereiro - o 17º seguido desde o início das manifestações -, Mubarak anunciou que faria um pronunciamento à nação. Centenas de milhares rumaram à Praça Tahrir, enquantocorriam boatos de que o presidente poderia anunciar a renúncia ao cargo. À noite e com atraso de mais de uma hora, a TV estatal egípcia transmitiu a frustração: Mubarak anunciava, sem clareza alguma, que 'passava alguns poderes' para seu vice, Omar Suleiman, mas que permanecia no cargo, para a ira de Tahrir.