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Começa no Chile investigação sobre morte de Salvador Allende

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Uma equipe de especialistas do Serviço Médico Legal (SML) começou nesta segunda-feira a trabalhar na investigação para esclarecer as circunstâncias da morte do presidente chileno Salvador Allende, falecido em 11 de setembro de 1973 durante o golpe de Estado que derrubou seu Governo.

O diretor do SML, Patricio Bustos, confirmou o início das perícias da revisão do protocolo de autópsia de Allende, e destacou que se trata de um caso histórico.

"Este caso tem debruns históricos, éticos e que têm a ver com a consciência de nosso país. Não é excepcional que nos solicitem análise aos protocolos de autópsia, mas obviamente neste caso há uma carga político-nacional histórica, já que se trata da morte do presidente mártir que faleceu em 11 de setembro", disse Bustos aos jornalistas.

A especialista tanatológica colombiana Marcela Jiménez lidera o grupo de especialistas, integrado também por um segundo tanatologista, um antropólogo e um dentista legista.

A equipe fará uma avaliação da autópsia realizada pelo tanatólogo José Luis Vásquez ao corpo do ex-presidente da Unidade Popular (UP) em 12 de setembro de 1973.

A investigação se inscreve na apresentação, por parte do Ministério Público chileno, de 726 queixas correspondentes a outros tantos casos de direitos humanos que nunca passaram por ações judiciais.

O porta-voz da Corte Suprema do Chile, Hugo Dolmestch, disse nesta segunda que a Justiça chilena assume a investigação do caso como uma "responsabilidade histórica".

A medida reabriu no país a discussão se Allende se suicidou, como se sustentou durante anos, com base em testemunhos de sobreviventes do golpe que foram aceitos pela família e próximos ao líder socialista, ou morreu a mãos de terceiros durante o cerco ao palácio presidencial.

Dolmestch se inclina pela tese do suicídio, mas ressaltou que "judicialmente não há decisão" o respeito, o que, para ele, torna conveniente a abertura da investigação.