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Ministra argentina é intimada em caso de corrupção

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Agência AFP

BUENOS AIRES - A ministra da Defesa da Argentina, Nilda Garré, foi chamada a depor como acusada pelo juiz Guillermo Tiscornia, no caso que investiga o suposto contrabando de peças de fuzis para os Estados Unidos, informou nesta terça-feira uma fonte judicial. A ministra deverá apresentar-se no dia 7 de setembro perante o magistrado.

O próprio juiz do caso enfrenta uma acusação por irregularidades, investigada pelo Conselho da Magistratura, podendo ser suspenso de suas funções a partir desta quinta-feira. Tiscornia indiciou Garré depois de rebater a acusação colocada pela defesa da ministra para que se afastasse do cargo.

A Justiça está investigando, por suspeita de "contrabando grave", uma exportação de partes de fuzis realizada pela estatal Fabricaciones Militares a uma empresa de Connecticut, propriedade de um ex-militar argentino. O embarque, cuja autorização final tem a assinatura da ministra, foi interrompido porque a Aduana calculou que o preço declarado era inferior ao real e devido a irregularidades detectadas, como números de identificação iguais, segundo fontes judiciais.

O carregamento de armas foi autorizado por Garré em dezembro de 2006 e continha um total de 6.739 kg de acessórios e partes de fuzis FAL e fuzis leves FAP, com valor declarado de US$ 2.664, quando seu valor estimado de mercado chega aos US$ 330 mil. A ministra rechaçou a acusação e a associou à proximidade da campanha eleitoral para a Presidência.

A candidata oficial e atual primeira-dama, Cristina Fernández, aparece como favorita nas pesquisas para a eleição de 28 de outubro. Antes de Garré, a ex-ministra da Economia da Argentina Felisa Miceli deverá depor como acusada no dia 23 de agosto no caso dos US$ 64 mil encontrados em uma bolsa no banheiro de seu gabinete ministerial. Miceli não conseguiu explicar a origem do dinheiro e acabou renunciando no fim de julho.