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Relatório alerta sobre riscos de ataques a militares no exterior

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Agência EFE

ROMA - Os serviços secretos italianos advertiram hoje sobre os riscos para o país, tanto pelo temor de ataques contra os contingentes militares em missão no exterior como pela ameaça jihadista.

Os dados estão contidos no 59º relatório semestral sobre política informativa e de segurança - a cargo dos serviços secretos - apresentado hoje à imprensa pelo subsecretário da Presidência do Conselho de Ministros, Enrico Micheli.

O relatório adverte que adquiriu 'uma concretização particular' a principal ameaça 'representada por ataques contra o pessoal destacado nas missões militares no exterior ou que opera em áreas de crise'.

O relatório indica que o atentado de 24 de junho contra os capacetes azuis espanhóis da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul), no sul do país, 'volta a chamar a atenção sobre a possibilidade de que riscos semelhantes afetem o contingente italiano'.

Quanto aos riscos para o país, Micheli explicou que a "regionalização' da Al Qaeda, assim como a ameaça jihadista, de maneira geral, geram grandes preocupações ao país.

A ameaça jihadista representa 'riscos acentuados' para a Itália, devido a sua consolidação em nível regional, 'particularmente evidente' no Magrebe, obra da federação armada Aqmi (Al Qaeda no Magrebe Islâmico), 'surgida da transformação do Grupo Salafita'.

Os maiores riscos para a Itália surgem especialmente de 'um aparelho reticular' do norte da África, que 'não exclui a interação ou o contato funcional com circuitos ilegais e com outros ambientes fundamentalistas, de origem balcânica, meridional e centro-asiática'.

No primeiro trimestre do ano, a Itália registrou 60 alertas de ameaças terroristas, de caráter interno ou internacional, de diferentes níveis 'de credibilidade e importância'.

Outra ameaça é o crime organizado, especialmente a máfia calabresa Ndrangheta, que continua sendo 'a organização mais perigosa' e presente no território italiano, com 'tentativas sistemáticas' de se introduzir nos setores empresariais e da Administração local.

A siciliana Cosa Nostra também realiza 'estratégias de infiltração' socioeconômicas, de acordo com o relatório, que adverte sobre um processo de reorganização interna, pelo qual não se excluem "tensões e acertos de contas'