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LONDRES - O próximo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, prometeu neste domingo reformar o governo e tirar lições da guerra do Iraque, ao assumir a vaga de Tony Blair como líder do Partido Trabalhista.
Brown, 56, disse que saúde, educação e fim da pobreza infantil serão suas prioridades quando entrar na vaga de Blair como primeiro-ministro, na próxima quarta-feira, depois de uma espera agonizante pelo cargo.
- Nesta semana formarei um novo governo com novas prioridades para atender aos novos desafios de 2007 e adiante - disse Brown em encontro do partido em Manchester, no norte da Inglaterra, antes de ser aplaudido.
Brown concentrou seus esforços na busca pelo quarto mandato trabalhista seguido e disse que o coordenador de campanha deve estar pronto para uma eleição "quando o primeiro-ministro decidir convocar".
A próxima eleição seria em 2010, mas Brown pode convocar uma votação quando quiser.
Brown prometeu ouvir o público e disse que não haverá recuo nas reformas feitas por Blair no serviço público, que irritaram setores do partido.
- Se as pessoas acham que atingiremos nossos objetivos no futuro voltando a posições fracassadas no passado, então não aprenderam as lições que aprendi nos últimos 10 anos - disse.
Harriet Harman, experiente membro do parlamento de uma região de Londres, foi nomeada vice-líder trabalhista durante o encontro, depois de seis semanas de eleição dura.
- Vocês querem união e querem disciplina, e também debate - disse Harman, em recado a trabalhistas que estão cada vez mais desencantados depois de uma década de Blair e de anos de disputas entre os grupos do primeiro-ministro e de Brown.
Não havia sinais da disputa que marcou o relacionamento entre os homens mais poderosos da política britânica. Blair elogiou Brown e apertou sua mão efusivamente. Brown agradeceu pelos dez anos como primeiro-ministro.
Sobre economia, Brown prometeu tomar decisões de longo prazo que garantam estabilidade. Ele disse que a saúde será sua prioridade.
Sobre o Iraque, disse que não haverá retirada rápida de tropas britânicas, conforme muitos trabalhistas exigem, e prometeu construir "posição multilateral forte" em relação a desafios de segurança.