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Atentado suicida mata 6 soldados da ONU no Líbano

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REUTERS

KHIYAM, LÍBANO - Um carro-bomba guiado por um militante suicida "muito provavelmente" foi a causa da morte de seis soldados de uma força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no sul do Líbano, no domingo, segundo uma fonte policial.

Foi o primeiro atentado letal contra a força da ONU desde a guerra Israel-Hezbollah, no ano passado.

A fonte policial disse que um carro destruído foi encontrado no local com restos humanos dentro. Fontes de segurança anteriormente haviam dito que a explosão fora causada por uma bomba detonada no acostamento por controle remoto.

Um comunicado da Unifil (a força da ONU no sul do Líbano) informou que seis soldados foram mortos e dois ficaram feridos no ataque. Uma fonte da Unifil disse que o número de mortos aumentou porque um soldado morreu por causa dos ferimentos, horas depois do atentado.

Mais cedo, o ministro da Defesa espanhol, José Antonio Alonso, informou que dois soldados mortos eram espanhóis e três eram colombianos, e todos faziam parte do Exército da Espanha. Posteriormente, o Ministério confirmou que um dos três soldados espanhóis que estavam feridos tinha morrido.

- Estamos trabalhando com a teoria de um ataque terrorista. Nas últimas semanas têm ocorrido muitos incidentes que desestabilizaram o Líbano. Estamos em alerta máximo e reforçamos a segurança - afirmou Alonso em entrevista coletiva.

Dois veículos da ONU foram atingidos, numa rodovia perto da cidade de Khiyam. Testemunhas disseram que as munições que estavam num veículo da ONU explodiram depois do estampido inicial.

Ninguém assumiu a culpa pelo ataque.

Uma porta-voz do grupo islâmico Fatah Al Islam, que há cinco semanas combate tropas libaneses num campo de refugiados palestinos do norte do Líbano, acusou a Unifil em 2 de junho de ter bombardeado o campo. A Unifil negou.

A força da ONU entrou em alerta elevado desde o início dos confrontos no campo de Nahr Al Bared. Dias depois, uma pequena bomba foi achada e desativada em Tiro, perto de uma praia freqüentada pelo pessoal da Unifil.

No domingo passado, dois foguetes disparados no sul do Líbano caíram em Israel, sem fazer vítimas. O Hezbollah negou envolvimento.

O comandante anterior da Unifil disse neste ano que militantes sunitas eram sua maior preocupação.

O Hezbollah, que é xiita, não tem presença militar visível no sul do Líbano desde a guerra de julho-agosto de 2006. O grupo condenou o ataque, dizendo que ele visa a desestabilizar o país e "fere o povo do sul e do Líbano".

Da mesma forma, o sunita Saad Al Hariri, líder da coalizão governista apoiada pelo Ocidente, lamentou o "grave ataque terrorista".

Israel lamentou o incidente, dizendo ter oferecido "toda a assistência solicitada" pela Unifil e pelo governo espanhol.

Com 13 mil soldados, a Unifil foi reforçada depois da guerra do ano passado, para patrulhar o sul do Líbano e as águas do país. A Espanha tem 1.100 soldados na força.

A Unifil sofreu 260 baixas desde que foi criada, em 1978. Foram 250 militares, dois observadores, quatro funcionários estrangeiros e quatro funcionários locais.