Agência EFE
TRÍPOLI (LÍBANO) - As organizações humanitárias retiraram 140 feridos e levaram 41 toneladas de comida desde o começo dos confrontos no acampamento palestino de Nahr al-Bared, no Líbano, em 20 de maio, mas a situação humanitária está piorando.
Virginia de la Guardia, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), disse nesta segunda-feira que cada vez são maiores os problemas para entrar no campo e aliviar a situação dos civis, que estão sem água, comida ou eletricidade há duas semanas.
- O acesso é muito complicado, porque há muitos restos de explosivos no campo, franco-atiradores e algumas bombas-armadilha - disse De la Guardia.
Com a relativa calma das últimas horas, os membros do Crescente Vermelho palestino conseguiram tirar um ferido hoje e outras 16 pessoas neste domingo.
Até o momento, as diversas organizações da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho que operam aqui levaram ao acampamento 37 toneladas de comida enlatada, quatro toneladas de pão, 120.000 litros de água, 800 equipamentos higiênicos e 44.000 velas.
O número total de comboios que conseguiram entrar nos momentos de trégua é de 29.
Enquanto isso, o CICV acompanha com especial interesse a evolução dos eventos no campo meridional de Ein el-Hilweh, junto à cidade de Sidon, onde dois soldados já morreram em confrontos com a milícia extremista Jund al-Sham.
De la Guardia disse que ainda não houve intervenções neste campo, mas que a subdelegação do CICV está pronta para intervir no caso de um aumento dos combates.
A tensão reina hoje nos acampamentos de refugiados palestinos no sul do Líbano em conseqüência dos confrontos em Ein el-Hilweh, que deixaram quatro mortos, dois deles militares libaneses e os outros dois milicianos palestinos, além de onze feridos.
A 'Agência Nacional de Notícias' libanesa afirma hoje que há tensão nos campos de Rashidieh e Burj el-Shemali, perto da cidade de Tiro, onde as facções palestinas se mantêm em alerta para evitar qualquer incidente.