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Começa julgamento de acusados por má gerência da empresa aérea Air Lib

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Agência EFE

PARIS - O Tribunal Correcional de Paris abriu nesta segunda-feira um julgamento por má administração contra o ex-presidente da Air Lib, a companhia aérea francesa que quebrou em fevereiro de 2003, e contra outras seis pessoas físicas e jurídicas que estiveram vinculadas à tumultuada gestão em seus últimos tempos.

Os três principais acusados, o ex-presidente da Air Lib Jean-Charles Corbet, o advogado Yves Léonzi e o responsável pelo sindicato de pilotos SNPL Christian Paris, reivindicaram no início do processo a anulação das acusações por infração do Convênio Europeu dos Direitos Humanos.

Os advogados destes três acusados denunciaram que uma parte dos elementos contra seus clientes procediam do trabalho da comissão de investigação parlamentar realizado após a liquidação da companhia aérea.

Concretamente, eles se queixaram que o relatório elaborado por essa comissão, dirigida pelo deputado centrista Charles de Courson, não respeitou o princípio da presunção de inocência nem os direitos de defesa, e que, portanto, os elementos obtidos por ela não podem servir para sustentar agora a acusação.

A instrução do processo foi centrada em Corbet, que em 27 de julho de 2001 assumiu a companhia - resultante da fusão da AOM e da Air Liberté e que uns meses mais tarde virou a Air Lib -, que já atravessava sérias dificuldades.

Ele é também acusado de não ter dedicado ao salvamento fracassado da companhia mais que uma parte dos cerca de ¬ 150 milhões nela investidos pela Swissair, que também já encerrou suas operações.

Nesse sentido, os investigadores consideram que uma série de negócios a favor do consórcio Holco, de um valor próximo aos ¬ 14 milhões, foram na realidade em seu benefício, algo que o antigo dirigente sempre negou.

Além dos três antes citados também estão sendo processados David Mongeau, vice-presidente do Canadian Imperial Bank of Commerce, a mesma entidade bancária como pessoa jurídica, o empresário Erik de Vlieger, que fez uma oferta pela companhia aérea, e o consultor Pierre-Yves Moreau, que é acusado por remunerações ocultas.

O julgamento, que vai até o dia 20 de junho, deveria trazer luz aos problemas da Air Lib, que com sua quebra deixou 3.200 pessoas sem trabalho.