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Futuro premiê britânico diz ser hora de novas idéias para Iraque

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REUTERS

LONDRES - Gordon Brown, que deve assumir o cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha, disse na sexta-feira ser hora de uma 'nova frente' na política britânica para o Iraque e que ele vai aprender com os erros cometidos ali. Atualmente ministro das Finanças, Brown anunciou formalmente sua candidatura para ser o próximo líder britânico dizendo que deve haver maior ênfase na reconciliação política e no desenvolvimento econômico para que os iraquianos sintam que têm mais participação no próprio futuro.

Ele prometeu consultar o povo e o governo do Iraque nas próximas semanas, para então sugerir novas idéias.

O primeiro-ministro Tony Blair encerrou na quinta-feira meses de especulações ao anunciar que renunciará no dia 27 de junho, após dez anos no poder. Brown é franco favorito para ser escolhido como novo líder do Partido Trabalhista e, portanto, como novo primeiro-ministro.

A saída de Blair foi acelerada em parte pela irritação do público com seu teimoso apoio à guerra dos EUA no Iraque.

A imprensa britânica vem especulando que Brown pode acelerar a retirada das tropas britânicas do Iraque. Sua atitude em relação à estreita aliança com Washington também deverá ser atentamente observada.

- Acho que nos próximos meses a ênfase vai mudar. Temos de nos concentrar mais na reconciliação política no Iraque, temos de nos concentrar mais no desenvolvimento econômico, disse Brown em entrevista coletiva.

- Aceito que houve erros. Ouvirei o que o governo iraquiano diz e o que o povo diz nas próximas semanas.

Brown afirmou que pretende visitar o Oriente Médio e as forças britânicas na região nas próximas semanas.

Disse ainda que a Grã-Bretanha pretende manter suas obrigações para com os iraquianos, mas acrescentou que examinará novos procedimentos parlamentares para lidar com a guerra e a paz -- admitindo que a opinião pública estava em desacordo com o envolvimento numa guerra tão impopular.

A nova política, disse ele, permitirá 'um debate total e aberto e uma responsabilização adequada do governo em todas essas decisões importantes.'

Sobre o Irã, Brown disse que as atuais sanções estão tendo efeito, mas que ele não vai se furtar a ampliar a pressão se considerar isso necessário. A ONU já impôs dois pacotes de sanções ao Irã devido às suspeitas de que o país esteja desenvolvendo armas nucleares, o que Teerã nega.

- Nos próximos 20, 30 dias teremos de reconsiderar a situação, e isso é exatamente o que faremos, com base em uma opinião internacional unida, uma determinação de trabalharmos juntos com nossos aliados -- e particularmente com a América -- e uma garantia de que vamos continuar nossas políticas de sanções para que elas funcionem.