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Coréia do Sul e UE estão otimistas com tratado de livre-comércio

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Agência EFE

SEUL - A Coréia do Sul e a União Européia (UE) concluíram nesta sexta-feira a primeira sessão de negociações oficiais para a assinatura de um Tratado de Livre-Comércio (TLC) entre as duas economias com um certo otimismo para encerrá-las no prazo de um ano.

- Em poucas palavras, posso definir a primeira rodada de negociações como muito bem-sucedida, disse o representante sul-coreano, Kim Han-soo.

Em entrevista coletiva, Kim disse ainda que durante as conversas foi criado um clima de confiança mútua, e que o objetivo das duas partes é conseguir acertar todos os pontos do tratado o mais rápido possível.

O negociador europeu, Ignacio García Bercero, disse que as conversas foram 'produtivas' e que, durante os contatos da primeira rodada, ambas as delegações tentaram concretizar os princípios gerais do acordo comercial.

- Vamos tentar pôr sobre a mesa todos os temas na segunda rodada, disse Bercero, que acrescentou que a União Européia pretende alcançar um TLC amplo e com um alto grau de implicação sobre o setor serviços e os direitos intelectuais.

Ao longo da semana, além de abordar vários temas referentes aos setores de serviços, investimento e direitos intelectuais, as duas delegações decidiram eliminar tarifas de todos os produtos industriais em dez anos, a partir da entrada em vigor do tratado.

A Coréia do Sul e a UE discordaram quanto à abertura do setor de serviços, pois o bloco europeu se mostrou a favor de redigir a lista de setores que serão abertos à concorrência de forma positiva, enquanto Seul defende que esta seja mantida de forma negativa.

Bercero disse que a forma escolhida para redigir o texto não implica um maior ou menor alcance do tratado e que ambas as partes decidiram conseguir um alto grau de abertura quanto aos produtos financeiros.

Coréia do Sul e UE se encontrarão em junho para abordar temas como o mercado de trabalho e o meio ambiente, antes da próxima rodada de diálogo, marcada para entre 16 e 20 de julho, em Bruxelas.

Os observadores locais acreditam que as negociações entre Coréia do Sul e UE transcorrerão de maneira rápida, já que as duas partes se mostraram de acordo em suavizar as posturas em temas conflituosos, como o agrícola, além de não incluir no tratado as áreas de imprensa e cultura.

Seul acredita que um eventual tratado com o maior bloco econômico mundial reforçará sua posição no mercado europeu, enquanto a UE consolidará sua entrada na Ásia, graças ao tratado com a Coréia do Sul, terceira maior potência econômica asiática.

A UE é o segundo maior mercado para os produtos sul-coreanos e o quarto maior importador do país asiático.

Segundo dados do Governo sul-coreano, em 2006 as exportações sul-coreanas à UE totalizaram US$ 48,4 bilhões, o que representa um aumento de 11% em relação ao ano anterior, enquanto as importações chegaram a US$ 30,1 bilhões, 10,3% a mais que em 2005.

No ano passado, a UE investiu US$ 4,977 bilhões na Coréia do Sul. Já as empresas sul-coreanas investiram US$ 2,7 bilhões na UE.

As duas economias pretendem fechar o acordo de livre-comércio dentro de um ano.

As negociações com a UE começaram um mês após o encerramento das negociações feitas pela Coréia do Sul com os Estados Unidos para um acordo semelhante.

Ao contrário do ocorrido durante os contatos com os EUA, desta vez não foram realizados protestos ao longo da semana, exceto a manifestação de cerca de vinte pessoas contrárias às negociações com a UE na segunda-feira.