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Ramos-Horta desponta como vencedor da eleição em Timor

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REUTERS

DÍLI - O primeiro-ministro José Ramos-Horta tem votos suficientes para se tornar o novo presidente de Timor Leste, disse a comissão eleitoral na quinta-feira.

O Nobel da Paz recebeu 273.685 votos, ou 73 por cento, depois de apuradas 90 por cento das cédulas depositadas no segundo turno de quarta-feira, segundo Maria Angelina Sarmento, porta-voz da comissão, acrescentando que o resultado ainda precisa ser verificado.

O adversário de Ramos-Horta, o ex-guerrilheiro Francisco Guterres, teve 101.374 votos, ou 27 por cento.

- Estamos contentes, mas ainda esperando os resultados finais, disse o chefe da campanha de Ramos-Horta, Dionísio Soares, pedindo atenção também aos casos de intimidação e compra de votos.

Não houve sinal de reação imediata em Dili, que permaneceu calma, com trânsito normal e sem aglomerações.

Ramos-Horta, que liderou uma campanha no exterior pela independência de Timor Leste, havia dito anteriormente que receberia de 70 a 80 por cento dos votos.

- Estou pronto para ser presidente agora, e cumprirei minhas promessas de resolver a crise e o problema dos refugiados.

O país viveu uma onda de violência em maio, depois da demissão de 600 soldados amotinados no oeste do território. Militares estrangeiros foram trazidos para restaurar a ordem, mas 30 mil pessoas continuam em campos de refugiados de toda Dili, temerosos de voltar para casa.

Ramos-Horta, um ex-jornalista de 57 anos, também prometeu colaboração estreita com a comunidade internacional.

- Vou acelerar o desenvolvimento econômico, trazer investidores externos e trabalhar para erradicar a pobreza nesta nação.

A votação de quarta-feira transcorreu pacificamente, com poucos relatos de problemas importantes, ao contrário do primeiro turno, há um mês, marcado por queixas de irregularidades generalizadas.

Pequenos grupos de soldados estrangeiros eram vistos na quinta-feira patrulhando os arredores do complexo judicial da capital do país, uma ex-colônia portuguesa e ex-território ocupado pela Indonésia.

Antes do anúncio da comissão eleitoral, um porta-voz da Fretilin, o partido majoritário, ao qual pertence Guterres, havia dito à Reuters que o partido respeitaria os resultados 'com dignidade'.