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Chirac e Sarkozy aparecem juntos pela primeira vez desde a eleição

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Agência EFE

PARIS - Os presidente da França, Jacques Chirac, e seu sucessor eleito, Nicolas Sarkozy, apareceram juntos nesta quinta-feira pela primeira vez desde a eleição presidencial e a seis dias da transferência do cargo.

Chirac, de 74 anos, e Sarkozy, de 52, foram à inauguração de um monumento no Jardim de Luxemburgo, em Paris, no aniversário da abolição da escravidão.

O conservador Sarkozy voltou na quarta-feira à noite de Malta, após um breve e polêmico cruzeiro pelo Mediterrâneo no luxuoso iate de um empresário francês.

Chirac e Sarkozy, que saíram do Palácio do Eliseu no mesmo carro para ir ao Jardim, apareceram sorridentes e relaxados, enquanto cumprimentavam o público com apertos de mão.

Entre os presentes estava o jogador Lilian Thuram, que criticara Sarkozy por chamar de 'gentalha' os delinqüentes dos subúrbios e prometer limpar essas áreas com 'mangueira de pressão', pouco antes de explodir a onda de violência de novembro de 2005.

O monumento inaugurado hoje, em cerimônia discreta, é uma escultura de bronze policromado, de 3,7 metros, formada por três elos de uma corrente quebrada, batizada como 'O Grito, o Escrito', do artista Fabrice Hyber.

A criação da obra fora anunciada por Chirac exatamente um ano atrás, na primeira comemoração da abolição da escravidão que ele instituiu, coerentemente com o 'dever de memória' que ele promoveu ao longo de 12 anos no Palácio do Eliseu.

Sarkozy na época comemorou a iniciativa mas durante a campanha eleitoral denunciou a 'cultura do arrependimento' que 'exige dos filhos que expiem as supostas falhas de seus pais e antepassados'.

Ao presidir sua última reunião ministerial, na quarta-feira, Chirac pediu uma mobilização contra a 'infâmia' da escravidão, que prossegue até hoje com 'centenas de milhares' de vítimas. O Governo adotou um projeto de lei para ratificar um convênio europeu contra o tráfico de pessoas.

A França, lembrou Chirac, foi o primeiro país a reconhecer a escravidão como um crime contra a humanidade.

Depois do ato nos Jardins de Luxemburgo, Chirac e Sarkozy deveriam reunir-se no Eliseu com o chefe da maioria anti-Síria no Parlamento libanês, Saad Hariri, filho do ex-primeiro-ministro do Líbano Rafik Hariri, assassinado em 2005, que era amigo pessoal do presidente francês.